São 5h20min desta segunda-feira quando começo escrever essas
linhas. Não se trata de uma semana comum. Os dias seguintes prometem. As
emoções que começam daqui a pouco a ser produzidas em Brasília irradiarão
fachos de reações de toda ordem pelo território.
Começa pela leitura e votação do relatório do impeachment pela
comissão da Câmara, que o elaborou. Termina com a votação deste mesmo relatório
no plenário da Casa, no próximo domingo. Aprovado hoje e domingo a presidente
Dilma apeia, já que no Senado - para onde vai o processo se passar pelos dois
estágios da Câmara - a situação do governo petista é pior em termos de apoio.
Dilma e o PT não estão prestes a cair apenas por causa das manobras
financeiras que maquiaram o orçamento dos últimos dois anos. E é isso que está difícil
para os petistas e apoiadores entender. O que faz a Era Lula-Dilma estar a um
passo de um deprimente ocaso é o conjunto de grosseiros erros cometidos contra
o Estado. Alguns graves demais para serem perdoados.
Mas se sair o PT, ai assume o PMDB de Renan Calheiros e de
Eduardo Cunha? Vamos combinar que está longe de ser uma alternativa de sonho,
mas é o que se tem para o momento. E nada neste momento pode ser pior do que a
continuidade da cabeça de um governo que não governa mais, apenas trabalha para
sobreviver. Lembre-se que o vice Michel governará sob total vigilância. Depois,
2018 é outra história.
O que não se pode mais é um país permanecer empacado, sem
perspectiva alguma de crescimento, ou de que ao menos irá parar de piorar os seus
índices sociais e econômicos. Quantos pais e mães de família amanheceram hoje sem
um lugar para ir trabalhar? Quantos já nem têm mais de onde tirar para
sustentar suas famílias? Quantos estão endividados por acreditaram no sonho oficial
consumista pregado nos palanques vermelhos de 2014?
Vítimas que ajudam a formar esse contingente que aparece nas
pesquisas aprovando o impedimento da presidente de continuar governando. Vítimas de um sistema político-partidário implantado
há 16 anos, o qual priorizou através das manjadas ferramentas populistas de
administrar, a manutenção do poder. Custasse o que custasse. E custou caro.
Ninguém que se diga republicano gostaria de ver um governo
ser descido da cadeira dessa maneira. Mas a combinação da corrupção com a incompetência
e mais a arrogância fez deste governo um moribundo asqueroso e, por consequência,
rejeitado. E quanto mais tenta reagir, com suas já condenadas práticas de atração
de apoios, pior fica.
Em 2003 o Brasil estendeu a mão a Lula e ao seu grupo,
depois dele convencer a todos que o radicalismo da tropa tinha ficado para
trás. O povo apoiou, as instituições, a imprensa também. Agora, é hora de dar
adeus. O Brasil precisa respirar.
Por Alex Soares
Alex que triste ter que se contentar, em ocorrendo um impeachment, com o governo dos menos ladrões ou diriam ainda, os mais espertos que vão se safar.
ResponderExcluir