terça-feira, 4 de agosto de 2015

PREÇOS, INSTABILIDADE POLÍTICA E ECONÔMICA, CRÉDITO E METEOROLOGIA PREOCUPAM ARROZEIRO


Além das projeções do próximo ciclo orizícola, Seminário do Arroz Irrigado, Projeto de Irrigação da Costa Doce e CAR foram alguns dos outros temas pautados no Conexão Rural do último sábado (1º), na Meridional FM



O programa Conexão Rural do último sábado teve como tema principal o arroz. No estúdio, os convidados Celso Bartz, presidente da Associação dos Arrozeiros de Camaquã; o vice-presidente da Federerarroz, Daire Coutinho; Everton Fonseca, chefe de Irrigação da AUD; e Marcelo Ely Ferreira, chefe do 3º Nate da AUD.  

Bartz fez um resumo da assembleia promovida pela entidade, realizada na semana anterior e que serviu como prestadora de contas dos últimos doze meses. O presidente da entidade que congrega 150 lavoureiros do município, também projetou ações que estão sendo preparadas pela associação. Uma delas é o Dia do Arroz, evento a ser realizado durante a ExpoCamaquã 2015. Ele também falou sobre os cursos de Normas Regulamentadora (NR 33 e NR 35), que deverão ser ministrados aos associados em outubro deste ano.

Em relação às perspectivas para safra 2015-2016, o presidente da associação disse que no momento o sentimento é de preocupação entre os arrozeiros. Razões para isso é o que não faltam, segundo Bartz: “Os preços deste ano, a falta de credito e meteorologia desfavorável  são algumas delas, além de outros problemas que acabam interferindo diretamente no humor dos produtores” , comentou. 


Sobre as movimentações do mercado orizícola, o vice-presidente da Federarroz, Daire Coutinho falou que aos poucos os preços começam a se estabilizar positivamente ao produtor, embalados pela maior circulação dos valores dos  financiamentos rurais e pela natural redução da entrada do produto originário do Mercosul, corroborada pela incerteza da indústria com relação a flutuação diária do dólar verificada com maior força nas últimas semanas. Porém, disse Coutinho, “Se de um lado existe a retração das importações, a tendência é de aquecimento no mercado de exportação do cereal”. O dirigente deu o exemplo do arroz em casca americano, que há um mês estava sendo negociado a US$ 218, 220 a tonelada, passando agora para US$ 247,00. Convertidos em saca, o valor unitário corresponde a R$ 40 reais.

Também participaram do programa o presidente da Câmara de Vereadores de Camaquã, Vinicius Araújo, que fez um relato da audiência que teve como o secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, para quem entregou documento contendo as demandas de energia da população rural camaquense. Segundo Araújo, Redecker se comprometeu em autorizar um estudo técnico a ser feito pela CEEE para estancar o problema, que na sua avaliação, seria o mais urgente: as quedas frequentes e energia em alguns pontos do interior.


                                                                                         Preços mínimos
Falando desde Brasília no Conexão Rural, o assessor especial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jose Carlos Pires, falou sobre reunião na qual participou no DF, quando foi discutida a regulamentação dos valores a serem cobrados pela água usada na agricultura. Pires, que pediu atenção especial ao assunto por parte dos arrozeiros, também comentou sobre a necessidade de se fazer um movimento no sentido de retomar as obras do Projeto de Irrigação da Costa Doce, parado há três anos, após a investigação federal que apontou desvio de recursos da obra. “Precisamos fazer andar isso”, comentou Pires, ao sugerir que as entidades que congregam os produtores da região passem a reivindicar a conclusão das obras. O processo relacionado ao projeto também está parado na Justiça Federal.

O assessor também informou que em reunião realizada na quinta-feira (30), entre integrantes do grupo de trabalho que discute os preços mínimos agrícolas, o Mapa solicitou novo estudo para se chegar aos valores reais de custo para se estabelecer os preços mínimos. No caso do arroz, o valor regulamentado é de R$ 29,67.

Convidado para falar sobre o 6º Seminário de Arroz Irrigado, que será realizado na próxima quinta-feira (6), o chefe de Irrigação da AUD, Everton Fonseca, também comentou sobre o Termo de Regularização Ambiental, documento assinado em 2005 pela AUD, no qual a entidade se responsabilizou pelos associados junto à Fepam, para se adequar às regras exigidas à época, anterior à instituição do Código Florestal.
Para a elaboração do Cadastro Ambiental Rural, agora, é necessário anular o termo anterior e fazer outro, dentro da nova legislação. Pelo Ministério Público, isso tem que ser feito individualmente. Já no entendimento da AUD, explicou Fonseca,“ isso deve ser feito como foi lá atrás, com a AUD assinando a licença como a empreendedora, sendo a responsável pelo perímetro de uso”. É o que será tentado novamente.  

Evento familiar
O CAR, aliás, será um dos temas a serem abordados no seminário de quinta-feira, realizado conjuntamente entre AUD e Irga, com apoio de outras entidades e patrocinado por empresas. O evento, no Banhado do Colégio, explicou o chefe do 3º Nate do Irga, tem por objetivo gerar informação que se traduza em ganhos futuros aos produtores. Como exemplo, ele citou a presença da pesquisadora Mari Gross, que apresentará experimentos regionais, durante o encontro. Para Ferreira, esta será uma ótima oportunidade para aprofundar a discussão sobre a necessidade da maior produtividade regional – a planície Costeira Interna, hoje, tem a segunda pior marca entre as regiões produtoras de arroz.


 Ao reforçar o convite, o representante da AUD disse que além da parte técnica, o seminário terá demonstrações de máquinas e de automóveis, além de espaço para comercialização de insumos. “O objetivo é trazer o produtor e sua família para esse nosso encontro, afinal, todos acabam de um modo ou de outro se envolvendo na atividade”, comentou Fonseca. 

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Por Alex Soares

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