Além
das projeções do próximo ciclo orizícola, Seminário do Arroz Irrigado, Projeto
de Irrigação da Costa Doce e CAR foram alguns dos outros temas pautados no Conexão
Rural do último sábado (1º), na Meridional FM
O programa Conexão Rural do último sábado teve
como tema principal o arroz. No estúdio, os convidados Celso Bartz, presidente
da Associação dos Arrozeiros de Camaquã; o vice-presidente da Federerarroz,
Daire Coutinho; Everton Fonseca, chefe de Irrigação da AUD; e Marcelo Ely
Ferreira, chefe do 3º Nate da AUD.
Bartz fez um resumo da assembleia promovida pela
entidade, realizada na semana anterior e que serviu como prestadora de contas
dos últimos doze meses. O presidente da entidade que congrega 150 lavoureiros
do município, também projetou ações que estão sendo preparadas pela associação.
Uma delas é o Dia do Arroz, evento a ser realizado durante a ExpoCamaquã 2015.
Ele também falou sobre os cursos de Normas Regulamentadora (NR 33 e NR 35), que
deverão ser ministrados aos associados em outubro deste ano.
Em relação às perspectivas para safra 2015-2016, o
presidente da associação disse que no momento o sentimento é de preocupação
entre os arrozeiros. Razões para isso é o que não faltam, segundo Bartz: “Os preços
deste ano, a falta de credito e meteorologia desfavorável são algumas delas, além de outros problemas que
acabam interferindo diretamente no humor dos produtores” , comentou.
Sobre as movimentações do mercado orizícola, o
vice-presidente da Federarroz, Daire Coutinho falou que aos poucos os preços
começam a se estabilizar positivamente ao produtor, embalados pela maior circulação
dos valores dos financiamentos rurais e
pela natural redução da entrada do produto originário do Mercosul, corroborada
pela incerteza da indústria com relação a flutuação diária do dólar verificada
com maior força nas últimas semanas. Porém, disse Coutinho, “Se de um lado
existe a retração das importações, a tendência é de aquecimento no mercado de exportação
do cereal”. O dirigente deu o exemplo do arroz em casca americano, que há um
mês estava sendo negociado a US$ 218, 220 a tonelada, passando agora para US$ 247,00.
Convertidos em saca, o valor unitário corresponde a R$ 40 reais.
Também participaram do programa o presidente da
Câmara de Vereadores de Camaquã, Vinicius Araújo, que fez um relato da
audiência que teve como o secretário estadual de Minas e Energia, Lucas
Redecker, para quem entregou documento contendo as demandas de energia da
população rural camaquense. Segundo Araújo, Redecker se comprometeu em
autorizar um estudo técnico a ser feito pela CEEE para estancar o problema, que
na sua avaliação, seria o mais urgente: as quedas frequentes e energia em
alguns pontos do interior.
Preços
mínimos
Falando desde Brasília no Conexão Rural, o assessor
especial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jose Carlos Pires, falou
sobre reunião na qual participou no DF, quando foi discutida a regulamentação
dos valores a serem cobrados pela água usada na agricultura. Pires, que pediu
atenção especial ao assunto por parte dos arrozeiros, também comentou sobre a necessidade
de se fazer um movimento no sentido de retomar as obras do Projeto de Irrigação
da Costa Doce, parado há três anos, após a investigação federal que apontou desvio
de recursos da obra. “Precisamos fazer andar isso”, comentou Pires, ao sugerir
que as entidades que congregam os produtores da região passem a reivindicar a
conclusão das obras. O processo relacionado ao projeto também está parado na Justiça
Federal.
O assessor também informou que em reunião
realizada na quinta-feira (30), entre integrantes do grupo de trabalho que
discute os preços mínimos agrícolas, o Mapa solicitou novo estudo para se
chegar aos valores reais de custo para se estabelecer os preços mínimos. No
caso do arroz, o valor regulamentado é de R$ 29,67.
Convidado para falar sobre o 6º Seminário de Arroz
Irrigado, que será realizado na próxima quinta-feira (6), o chefe de Irrigação
da AUD, Everton Fonseca, também comentou sobre o Termo de Regularização Ambiental,
documento assinado em 2005 pela AUD, no qual a entidade se responsabilizou pelos
associados junto à Fepam, para se adequar às regras exigidas à época, anterior à
instituição do Código Florestal.
Para a elaboração do Cadastro Ambiental Rural, agora,
é necessário anular o termo anterior e fazer outro, dentro da nova legislação. Pelo
Ministério Público, isso tem que ser feito individualmente. Já no entendimento
da AUD, explicou Fonseca,“ isso deve ser feito como foi lá atrás, com a AUD
assinando a licença como a empreendedora, sendo a responsável pelo perímetro de
uso”. É o que será tentado novamente.
Evento
familiar
O CAR, aliás, será um dos temas a serem abordados
no seminário de quinta-feira, realizado conjuntamente entre AUD e Irga, com
apoio de outras entidades e patrocinado por empresas. O evento, no Banhado do
Colégio, explicou o chefe do 3º Nate do Irga, tem por objetivo gerar informação
que se traduza em ganhos futuros aos produtores. Como exemplo, ele citou a
presença da pesquisadora Mari Gross, que apresentará experimentos regionais,
durante o encontro. Para Ferreira, esta será uma ótima oportunidade para aprofundar
a discussão sobre a necessidade da maior produtividade regional – a planície
Costeira Interna, hoje, tem a segunda pior marca entre as regiões produtoras de
arroz.
Ao reforçar
o convite, o representante da AUD disse que além da parte técnica, o seminário
terá demonstrações de máquinas e de automóveis, além de espaço para
comercialização de insumos. “O objetivo é trazer o produtor e sua família para
esse nosso encontro, afinal, todos acabam de um modo ou de outro se envolvendo
na atividade”, comentou Fonseca.
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Por Alex Soares
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