terça-feira, 17 de agosto de 2010

A hora dos roteiristas

Hoje começa-se a decidir a eleição. Entrou no ar às 7 da manhã o horário político gratuito do rádio e TV. Nos próximos 40 dias, ele lhe acompanhará no rádio às 7h e ao meio dia. E na TV, à 1h da tarde e às 8h30min da noite.

Gostem ou não, o horário eleitoral, criticado justamente por sua obrigatoriedade, tem sido sim balizador capital das últimas eleições. Não raro, têm sido responsável por reviravoltas e confirmações de tendências.

A última eleição estadual é um exemplo da influência direta que as pesquisas exercem sobre o voto das massas. Antes do início da exibição da propaganda, o então governador Germano Rigotto (PMDB) dividia com Olívio Dutra (PT) a liderança de todas as pesquisas na corrida ao Piratini. Cada um tinha 26% das intenções.

Pois bem, o primeiro turno terminou com Rigotto caindo para terceiro. Yeda Crusius (PSDB), que vencera as eleições de 2006, mas que estava lá atrás nas intenções, subiu, ficando na liderança do primeiro turno.

É verdade que o horário político se transformou em alguns casos, ou seja, naquelas campanhas mais abonadas, em milionárias superproduções. E elas, naturalmente, acabam por camuflar imagens e as próprias essências dos nomes que figuram como candidatos. No mundo da propaganda política do espaço reservado aos partidos, tudo é bonitinho, descente e milagreiro.

E ai talvez entre a verdadeira distorção do processo eleitoral nacional. De um lado temos uma imprensa que deve permanecer amarrada por conta da legislação. Não se pode falar em candidatos e não se deve emitir juízos, mesmo que esses venham a ser óbvios. De outro, uma maciça propaganda eleitoral que fabrica caras, discursos e consciências.

Mas a propaganda deste ano tem lá seus atrativos. Pegamos o exemplo da eleição presidencial. Será interessante ver como os principais candidatos à presidência irão agir. De um lado Serra (PSDB) tentando desqualificar sua principal adversária Dilma (PT), sem atacar a popularidade de Lula. Já Dilma, tentará colar mais ainda sua imagem na do presidente e compensar na sua cancha administrativa a sua inexperiência eleitoral. É uma briga boa.

E aqueles que pensam que a eleição já está definida, um aviso: Entre indecisos e volúveis, o Datafolha registrou na semana passada um percentual de 24%. Uma parte deste grupo não sabe ainda em quem votar. A outra já decidiu, mas pode mudar seu voto. E é em busca deste pessoal que marqueteiros e candidatos se esmerarão a partir de hoje. Enfim, a campanha começou.

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