Por Nelson Egon Geiger/Advogado
Sábado dia 03 de dezembro ocorreu
o velório coletivo das vítimas do acidente aéreo que matou jogadores,
diretores, acompanhantes e jornalistas do Chapecoense. O velório no estádio do
time, a Arena Condá, foi dos mais emocionantes e dramáticos episódios que
assisti. Soldados da elite do exército que integram a Guarda de Honra e da
Polícia Militar de Santa Catarina traziam um a um os esquifes sob intensa e
copiosa chuva.
Não
era uma simples chuva. Eram lágrimas do Céu que caiam chorosas lamentando a
tragédia que um piloto insano havia causado e que ceifara a vida de tantas
pessoas que, esperançosas, viviam a intensidade do momento até a queda do avião
da LAMIA.
O
Chapecoense, contrariando a fragilidade da situação geral do Brasil vinha em um
crescendo invejável. Da série D para a C; desta para a B e daí pulando para a
série A do futebol brasileiro ia em direção a um campeonato sul americano, apenas
segurado na força de seus torcedores, seus jogadores e no patrocínio de
empresários sérios. Ao contrário da política nacional, dava o exemplo de
confiança à nação brasileira.
E,
pasme-se, virou vítima da ganância de uma empresa de aviação suspeita por
manter em atividade apenas um terço de sua frota. Suspeita por programar vôos e
esquivar-se de abastecimento em País que ficava ao chão de seu itinerário
aéreo. Suspeita por insistir com o controle de vôo sua maneira de conduzir seu
plano de atuação no ar.
Grande
o exemplo que o Chapecoense dava ao Brasil. Com seus recursos, sem ajuda
governamental eivada de suspeita de corrupção, como as reformas do Maracanã,
construiu sua Arena. Dava o exemplo de acreditar no Brasil, enquanto a podridão
da politicalha que assola Brasília – também o Rio de Janeiro e Minas Gerais – aponta
o exemplo contrário.
Leia-se:
Renan Calheiros, Marco Maia, Paulo
Pimentel, Sérgio Cabral. Àquele que se recusa cumprir ordem do STF, apesar
do processo que apura pagamento de pensão para uma filha fora do casamento
através de embuste com uma locadora de veículos. O segundo que, antes pobre,
agora tem mansão que vale milhões em Canoas e apartamento em Miami. O outro que
está sendo investigado por corrupção do tempo em que era Ministro de Dilma e
objeto de uma CPI na Assembléia de Minas Gerais. O último, além da propina na
reforma do Maracanã tem tanto envolvimento quando sua esposa, estando o casal
preso. Faltam serem presos os três primeiros.
E
outros por aí afora. Quase todos enriqueceram com os cofres públicos.
Descarados, canalhas, cretinos e aproveitadores, até quiseram usar o momento
enquanto o Céu derramava lágrimas, para apresarem uma votação que lhes
favorecesse perante a LAVA JATO.
(Foto: El País)
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