Numa entrevista de meia hora, na manhã deste sábado, no
programa Conexão Rural, da Rádio Acústica, de Camaquã, o governador José Ivo
Sartori defendeu o pacote fiscal enviado pelo seu governo e que está sendo
analisado pela Assembleia Legistiva.
A votação em plenário deverá ocorrer neste mês, em meio a muita polêmica que envolverá aliados de Sartori, oposição e entidades que defendem os interesses corporativos dos servidores e de setores atingidos pelas medidas. Aprovado, o conjunto de projetos irá extinguir 11 órgãos executivos (9 fundações, uma companhia e uma autarquia), além de reduzir de 20 para 17 secretarias.
A votação em plenário deverá ocorrer neste mês, em meio a muita polêmica que envolverá aliados de Sartori, oposição e entidades que defendem os interesses corporativos dos servidores e de setores atingidos pelas medidas. Aprovado, o conjunto de projetos irá extinguir 11 órgãos executivos (9 fundações, uma companhia e uma autarquia), além de reduzir de 20 para 17 secretarias.
Além do emagrecimento da máquina pública, que tem
por meta melhorar sua capacidade de investir nas áreas básicas, o pacote contêm
novas regras na relação governo-servidores, como aumento da contribuição previdenciária
e criação do teto criação de teto para aposentados, a redução de benefícios
fiscais dados ao setor produtivo e a consolidação dos repasses proporcionais à
receita aos outros dois poderes.
Na entrevista, ao apresentar suas projeções de economia com
a aprovação do pacote, o governador pontuou, ao ser questionado por Alex Soares
sobre as resistências que surgem aos projetos:
“Está
na hora de os gaúchos decidirem se querem um estado minerando carvão,
armazenando alimentos – o que faz muito bem o setor privado -, ou investindo em segurança”
O minerar carvão é uma alusão à CRM (Companhia Riograndense
de Mineração), a qual o seu governo quer privatizar ou federalizar.
Sobre a crítica de que o lançamento tardio do pacote, que se
aprovado na íntegra gerará uma economia de R$ 150 milhões ao ano, Sartori
explicou que os problemas já vêm sendo enfrentados desde o primeiro dia de
2015. Não fosse isso, disse:
“O
Estado fecharia 2018 com um rombo muito maior, na casa dos R$ 25 bilhões”
Ele citou como exemplo a criação da aposentadoria
complementar, cujos efeitos benéficos serão sentidos somente daqui a 30 anos.
Em 2016, a previdência estadual fecha com um déficit de R$ 9 bilhões. Hoje, de
cada três contracheques pagos pelo Estado dois são de salários de aposentados,
que consomem 55% do valor da folha.
Sobre um dos pontos mais sensíveis do pacote, que é a
extinção ou privatização de órgãos, autarquias e fundações, o governador deixou
claro na entrevista suas convicções. Ao ser provocado para falar sobre a
Companhia Estadual de Silos e Armazéns (CESA), Sartori demonstrou determinação
em relação à sua privatização. Sobre o problema que algumas unidades – como a
de Camaquã - estão enfrentando referente a não renovação dos contratos dos
safristas, ele foi lacônico:
“Isso ai o pessoal da CESA irá resolver”
Em relação a um Instituto Riograndense do Arroz mais
autônomo, com as contribuições dos produtores caindo diretamente no caixa do
órgão como deseja a classe produtora, Sartori não deu esperança de que isso
venha a ocorrer até 2018, se limitando a dizer:
“Toda a diretoria do Irga foi nomeada a pedido
dos produtores e o Irga sempre recebeu de nós todo apoio e colaboração efetiva
em todos os momentos”.
O governador também justificou a não entrada no pacote da
extinção do Tribunal de Justiça Militar e o fato de estado possuir três
instituições bancárias.
“O
fim deste tribunal depende do Judiciário, não do Executivo. O BRDE é também de
Santa Catarina e Paraná, logo não temos autonomia sobre ele, assim como o Badesul.
Quanto ao Banrisul: foi para ele que o Estado negociou a folha de pagamento de
2015 e assim conseguimos pagar o 13º salário. O Banrisul também financiou quase
R$ 3 bilhões da safra passada”
Em relação ao repasse dos recursos ao outros poderes – o chamado
duodécimo – passar a ser de acordo com a receita real e não a projetada, o
governador foi cuidadoso na entrevista, dizendo ser essa uma medida inclusive
chancelada, agora, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Agradeço
muito aos demais poderes pela compreensão e solidariedade demonstradas até aqui.
Mas as resoluções dos problemas do estado passam pelo compartilhamento de
sacrifícios. O saudoso Rio Grande tem que ser ressuscitado, tem que voltar a
ser o que um dia foi”.
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