Anúncio do secretariado: 7 impressões sobre o novo governo

No anúncio da equipe do governo que assume a administração de Camaquã a partir de janeiro, a palavra mais usada foi mudança. A segunda, transparência. Não é em vão o emprego de ambas. 

Com uma minoria, agora, confirmada na Câmara, Ivo Ferreira tentará compensar o fator legislativo através do respaldo popular ainda embasado pela eleição, e por uma comunicação reta com a comunidade via  imprensa. 

Abaixo, cinco impressões deste primeiro momento.

    1. Com a junção de secretarias (Cultura e Turismo + Desporto e Juventude/ Administração + Planejamento/Administração + Planejamento), a incorporação pelos gabinetes do prefeito e do vice de outras duas (Agricultura/Indústria e Comércio) e a promessa de redução de CCs dão um tom austero a um governo que precisará economizar para conseguir custear a máquina e mais adiante promover os investimentos firmados na campanha. 

2. O novo secretariado mescla nomes já consolidados em suas funções com outros desconhecidos. Um terceiro grupo assume sob ceticismo da sociedade e terá de provar competência. Jane Leite (Fazenda); Renato Zenker (Meio Ambiente); Eva Rosi (Educação) e Suzete Santin (Cultura) são os novos auxiliares de Ivo mais bem aceitos.

     3. Três dos secretários anunciados já tiveram ou possuem participação nos governos do atual grupo que comanda a prefeitura: Renato Zenker (secretário entre 2001 e 2004); Alessandra Nunes (cargo de confiança entre 2009 e 20012) e Eva Rosi, atual assessora da Secretaria da Educação. 

   
  4. Quatro vereadores participaram do anúncio do secretariado. Além dos três tucanos, a vereadora do PSD e mais votada Ivana de Paula estava na sede do PSDB. Somem-se os quatro e mais o vereador do PSB Marcelo Gouvêia, que não pode ir, isso dá apenas um terço legislativo. A falta de representações de outros partidos significa que o governo começa a administrar em voo solo.

     
  5. A posição crítica sobre o atual governo foi comedida durante o anúncio, mas ficou evidenciada em alguns momentos. Como no discurso do presidente do partido e futuro secretário da Saúde João Godinho. Ou quando o prefeito eleito falou na antecipação de recursos do seguinte exercício para pagar o 13º do funcionalismo deste ano.

6. A incorporação da Secretaria de Planejamento pela Administração suscita a dúvida sobre o seu funcionamento, já que são setores distintos. Enquanto uma trata sobre pessoal e patrimônio a outra trabalha basicamente com a captação de recursos para projetos dos mais variados setores. O mesmo vale para Infraestrutura e Transportes. Uma trabalha com a cidade e a outra com o interior do município.

7. A nomeação de um técnico com experiência em outros municípios, o engenheiro civil Rafael de Moura, oferece uma esperança sobre um maior lastro de investimentos no setor. O tempo irá dizer se o conhecimento e a esperada criatividade do novo secretário conseguirá compensar o principal problema: a falta de recursos.  

     (Foto: Rádio Acústica)