domingo, 30 de outubro de 2016

A punição das paróquias

Bons tempos: Tarso Genro e Olívio Dutra abriram cancha para o ciclo da prosperidade petista no Sul  

Concluído o processo eleitoral de 2016, a mais importante das avaliações é que o PT de Lula, Zé Dirceu, Palocci, Tarso e Olívio é o grande derrotado. A perda não é pequena: em 2012 a legenda havia elegido 638 prefeitos ante apenas a metade deste ano. Das 27 capitais, ganhou em só uma delas. Na outra ponta do ranking aparece o PMDB, o que não significa lá muita coisa.

Nos maiores colégios eleitorais gaúchos, onde o PT chegou mais perto foi na estreante Santa Maria em votações com segundo turno. No coração do Rio Grande, Valdeci Oliveira perdeu por 226 votos para o tucano Jorge Pozzobom. Em Canoas, a candidato do atual prefeito Jairo Jorge (PT) Beth Colombo – que trocou uma história no PP pela ambição de suceder o chefe – foi derrotada pelo deputado petebista Luiz Carlos Busato. Em Caxias do Sul e em Porto Alegre o PT sequer passou ao turno decisivo. Em Pelotas, Miriam Marroni fez apenas 6% dos votos numa eleição vencida pelo PSDB já na primeira rodada. Imperioso lembrar que todas estas praças já foram administradas pelo PT.  

Em cidades menores como São Lourenço do Sul, o prefeito petista não conseguiu se reeleger este ano. Em Camaquã, o partido que tinha quase vencido a eleição de 2012, amargou um quarto lugar. 

O pleito deste ano e os seus resultados se constituem no maior corretivo dado a um partido político no Brasil. Nem o PDS no pós ditadura conseguiu tanto. Se enganou quem buscou comparar o pleito que se encerra com os de 2008 e de 2012, quando os candidatos do então governo foram bem embora já se tivesse o impacto do Mensalão e se cristalizavam os outros esquemas de corrupção.

 Desta vez a opinião pública marcou na paleta e não poupou.  Cai o paradigma de que o que acontece no plano nacional não repercute na paróquia. Mas e o Partido dos Trabalhadores irá conseguir sobreviver após uma goleada eleitoral destas? Pode até conseguir, mas voltar ao protagonismo são outros quinhentos.


Por Alex Soares

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