domingo, 21 de agosto de 2016

CARTA AOS CANDIDATO(A)S


Caro(a)s candidato(a)s, como estamos ainda no início desta campanha e teremos ainda pela frente algo em torno de 40 dias de convivência, vamos estabelecer algumas normas entre nós. 

Aos aspirantes de primeira viagem, pedimos uma atenção especial, pois até entendemos sua empolgação, mas tentem compreender que sua opção em ser candidato é apenas sua; o restante da humanidade continuará com suas rotinas inalteradas - antes e depois do pleito. Então, ai vão algumas regrinhas para que cheguemos todos em paz lá no final. 

        1.      Os veículos sonoros (carro, moto, bicicleta) podem ajudar muito você no marketing de campanha, mas dependendo do horário, do volume e da qualidade de som propagados podem também vir a se transformar numa propaganda contrária. Observem também os lugares em que transitam os seus carros.

       2.    As caminhadas e abordagens constituem-se num maravilhoso instrumento de campanha. O corpo a corpo continua sendo a melhor forma de captar apoios. Mas vejam bem, amigos: noite de sábado ou tarde de domingo logo após o almoço, vamos combinar, não são os melhores momentos de se chegar nas casas para pedir votos. Não é novidade dizer que a população está meio intolerante com a política e seus protagonistas, né? Portanto, revisem os horários destas agendas. 

      3.    Se você nunca cumprimentou determinada pessoa na sua vida, mesmo que às vezes tenha passado na sua frente, não force a barra agora. Você está correndo muitos riscos.  

      4.    Na mesma linha, não mude radicalmente o seu grau de simpatia. Claro que com uma cara embizugada você terá poucas chances de ir ao paraíso. Mas se você é assim por natureza, continue próximo a isso. Pelo menos terá o reconhecimento por ser autêntico.

      5.     Com relação ao material visual de campanha, peça para o artefinalista que irá tratar suas foto lhe deixar o mais parecido possível do que você é. Uma corzinha aqui, uma luz ali faz parte. Mas não queira se transformar num Cauã Reymond ou numa Maria Fernanda Cândido num passe de mouse.   

      6.    Estudem um pouquinho sobre as reais atribuições do cargo público para o qual o senhor ou senhora estão se propondo. O que tem de aspirante a vereador se confundindo e dizendo que irá fazer aquilo que é atribuição do prefeito e até de deputado não está no mapa. Não corra o risco de pagar esse mico. Vá que se tope com alguém que entenda bem de legislação e lhe aperte.

      7.     Cuidado com aquilo que irá se comprometer. Lembrem-se senhores candidatos a prefeito e vereador: os municípios andam numa pindaíba desgraçada e não está com jeito de que isso irá terminar tão cedo. Portanto, sejam comedidos nas propostas. Sabemos que é tentador prometer uma coisinha aqui ou ali – ainda mais quando se cruza com um eleitor mais indignado com a situação. Mas o ideal mesmo é manter os pezinhos no chão. Não minta, pois olhe o que aconteceu com o nadador americano.

     8.    Não ache que você descobriu a roda. A sua proposta pode não ser tão inédita assim como você acredita.

     9.     Quando tiver seus nomes divulgados como você não gostaria (e aqui a dica vale principalmente aos candidatos a prefeito e seus assessores) por algum órgão de comunicação ou numa rede social não leve para o lado de que possa existir uma conspiração contra o seu nome ou sua coligação. Leve na boa, contraponha, dê sua versão. Nunca ameace os críticos. E não esqueça: todos somos livres para dar opinião e a essa coisa ai damos o nome de democracia. Capisce?

      10.     Nunca saia de uma casa ou de um encontro com a certeza de que aquele voto está conquistado. Ele pode mudar, afinal concorrente é o que não falta. Uma contabilidade eleitoral realista evita ilusões e consequentes frustrações.
    
   Atenciosamente, Alex Soares (e mais alguns)
    22 de agosto de 2016


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