quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

SE MEU APARTAMENTO FALASSE

          

Por Nelson Egon Geiger
Advogado

Ainda lembro muito bem do filme, da década de 50. Estrelado por Jack Lemmon, Shirley Maclaine e Fred Mackmurray, ainda em preto e branco. Contava a história de um funcionário burocrata de uma empresa (Jack) que emprestava o seu “apê” para o chefe (Fred) ter encontros com uma namorada (Shirley) sem que a esposa descobrisse. Os encontros aconteciam durante o horário de trabalho. Na Nova Iorque daquela época, já enorme, evidente que o disfarce era ótimo. A história era bonita, romântica. Em um desencontro do chefe com a moça, o personagem de Jack esteve com a garota. Surgindo um romance que terminou com o chefe perdendo seu caso. E Jack o emprego.

            Há se o TRIPLEX, ou “apê”. Ou aPTriplex como já surge na mídia eletrônica falasse. Se ele falasse contaria tudo. Não precisaria o Ministério Público e a Polícia Federal estarem investigando e os enrustidos com o dinheiro público estarem negando. Aliás, negando evidências. Por que, na realidade, está tudo na cara.

            Bem e o sítio? Não é meu. É de amigos e, por acaso um que foi politicamente vinculado comigo e um filho. Por acaso, após deixar o Governo minha mudança foi transferida para lá. Por acaso, quase sempre eu e a Marisa estamos passando fins de semana lá. Tudo por coincidência. Tudo por acaso. Nada foi feito às escondidas da Justiça Eleitoral e da Justiça comum. Do Ministério Público. Da Polícia. E DO POVO.

            E como se tudo não bastasse, nome de amigos e do filho, mudança, freqüência do local, ainda se tem que a escritura pública que foi efetuada no escritório de outro amigo. Sim a escritura pública de compra do SITIO situado em Atibaia, São Paulo, foi formalizada no escritório do advogado e empresário Roberto Teixeira, no Bairro Jardins, naquela Capital, em 29 de outubro de 2010, por um milhão e meio (ZH do dia 06, página 09). Segundo o jornal, Roberto é compadre de Lula e este já morou em uma casa do mesmo, em São Bernardo do Campo.

            Como alardeiam os “petistas” fanáticos, quem disser o contrário está fazendo (vejam as frases) “vazamento seletivo”, “midiatização do processo penal”; “linchamento da pessoa pública”.


            Eu prefiro visualizar que quem defende o indefensável é quem está promovendo midiatização protetiva da falta de vergonha crônica. Nunca se viu tanta “falcatrua” com a coisa pública neste País desde o dia 07 de setembro de 1822. Linchamento midiático com o “povinho” é que os defensores intransigentes da canalhice querem fazer. Não é verdade?

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