Por Nelson Egon Geiger
Advogado
Não se confunda com Estado de
Sítio,
situação jurídica / constitucional que permite a um País suspender os
direitos dos cidadãos em face de algum problema grave. No caso de guerra ou de
grande problema interno. Não raras vezes causados até mesmo por hecatombes
advindas de situações catastróficas. Também não me refiro ao Sítio do Pica-pau
Amarelo, monumental obra literária infantil de Monteiro Lobato.
Estou
referindo ao sítio existente no interior do Estado de São Paulo. Mais
precisamente no Município de Atibaia. Lá onde certa revista semanal de
circulação nacional diz que o ex Presidente e sua família têm estado
seguidamente. Chegando a centenas de vezes a partir de 2011. Quando já não
estava mais no mandato maior.
O
estado do sítio é fenomenal. Piscina térmica e, pasme-se, até um lago
artificialmente criado para que o poderoso chefão pudesse pescar. Imóvel que
não está em nome dele. Mas de um ex auxiliar, Fernando Bitar, e um filho do ex
Presidente. Trata-se, portanto, de um verdadeiro estado do sítio. Melhor que
muita fazenda de milhares de hectares embora, para um simples sítio de lazer a
área do mesmo não pode ser considerada pequena. Sim de porte médio. Mas com
características de estado de riqueza.
Como
se tudo não bastasse o apartamento triplex na Praia do Guarujá, também em São
Paulo ainda não teve explicação satisfatória. A singela alegação de compra de
uma cota do condomínio e depois de sua desistência não está bem clara.
Considerando-se que a desistência foi efetivada em novembro passado, quando já
andavam comentários pela imprensa. De qualquer forma a alegação de que não é
meu, e que consta em nome da construtora que açambarcou o término do edifício,
depois da quebra da cooperativa dos bancários, por acaso dirigida pelo ex
Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, quando foi à bancarrota, também é leviana.
"E ainda pede para o porteiro impedir outras pessoas de utilizarem o elevador enquanto está no local. Isso induz suspeita, ou não"?
Não
é meu e não tenho interesse algum no local são afirmações que apenas afastam
especulações quando inexiste nenhum vínculo com o bem. Entretanto houve visitas
– mais do que uma – no local, exatamente quando a obra de acabamento de luxo do
triplex estava em andamento. Isso aponta para interesse muito especial. Máximo
quando a esposa, exatamente quem cuida desses detalhes de acabamento em compras
efetuadas por casais ricos, vai ao local. E ainda pede para o porteiro impedir
outras pessoas de utilizarem o elevador enquanto está no local. Isso induz
suspeita, ou não?
Espera-se
que o Ministério Público paulista investigue, com rigor e profundidade, esses
dois fatos: o real estado do apartamento e o estado do sítio. E quem realmente
tem interesse neles. O povo é que não tem.
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