Ao fim do
seu terceiro ano da sua atual gestão na prefeitura de Camaquã, o produtor rural
João Carlos Machado está em paz. Desde aquele 1º de janeiro de 2013, quando foi
diplomado para o seu terceiro mandato, foi tudo complicado. A começar pelo aperto
das contas, que fez o seu governo fechar as torneiras orçamentárias de várias
secretarias. Com o custeio da máquina municipal sendo a prioridade, sobrou
pouca margem para investimentos e aplicação em novos projetos. Situação que
gerou muitas críticas, principalmente nos dois primeiros anos de governo,
quando também enfrentou um problema de saúde, resolvido após uma cirurgia, no
final de 2014.
A serenidade
demonstrada tem a ver com as contas municipais, que fecham o ano mais uma vez equilibradas,
com a folha de pagamento do funcionalismo quitada e com as rubricas dos fornecedores
em dia. Mais do que isso, João Carlos também comemora o fato de o seu governo
estar conseguindo cumprir as metas de três áreas a qual havia se proposto antes
mesmo de assumir o município: drenagem, pavimentação e trânsito.
Sem um novo
secretário de Infraestrutura nomeado, JC vem exercendo essa função de forma
informal desde que o engenheiro José Adolfo castro pediu suas saída da pasta. Pelo
menos duas vezes por dia conversa com os chefes das equipes de trabalho da
Infra, quando é informado sobre os serviços. Sobre o novo secretário, o
prefeito promete um nome para fevereiro.
Já quando o assunto é eleições, o pepista pula uma casa: "hora de política é hora de política, o foco agora é administração", diz JC, ao comentar firme que a sua contribuição pública se encerra no último dia de 2016.
Já quando o assunto é eleições, o pepista pula uma casa: "hora de política é hora de política, o foco agora é administração", diz JC, ao comentar firme que a sua contribuição pública se encerra no último dia de 2016.
A entrevista
a seguir, dada ao Blog e gravada para o programa Conexão Rural, foi feita no
último dia de 2015, em seu gabinete, pouco depois de se reunir com o vice Paulo
Mecca, para quem passou instruções a serem aplicadas em janeiro, quando ele
estará de férias.
BLOG - Como o senhor está vendo toda essa situação complicada da economia pela
qual o país e o estado passam?
João Carlos Machado – Não acredito que tenha alguém ganhando
com isso tudo. Todos nós estamos perdendo com essa crise política, econômica e,
sobretudo, de ética que a gente assiste estarrecido pela grande mídia. No plano
estadual, o governador Sartori enfrenta com elogiável bravura toda uma situação
histórica. Mas aqui, tomamos uma decisão: a orientação do nosso governo e do secretariado
é fazer a nossa parte, precisamos trabalhar mais ainda com menos. Se a gente
não fizer por nós, com criatividade e responsabilidade com a coisa pública,
ninguém fará.
BLOG – Dentro deste cenário, como o senhor entra no seu quarto ano
administrativo da atual gestão?
JC – Ainda lá atrás, no período ainda de campanha,
fizemos pesquisas que nos apontaram as principais necessidades da comunidade.
Foram três pesquisas entre os moradores. A maioria disse que deveria se investir
em pavimentação, drenagem e na organização do trânsito. Foi o que fizemos.
Para
corrigir os alagamentos, atacamos em várias frentes e estamos concluindo essas
obras. Um exemplo é essa obra aqui na Vila Nova, a maior delas, com um
investimento de R$ 1,2 milhão. Uma obra difícil em que a tubulação em alguns
trechos entra numa profundidade de 5 metros, o que logicamente causa muito
transtorno aos moradores. Mas enfim, é um mal necessário, pois vai resolver um
problema história daqueles moradores. No Bairro Dona Tereza é a mesma coisa e
nestes primeiros meses de 2016 já estaremos concluindo finalmente o que
começamos. Também tivemos obras de drenagem nos Três Bairros (Jardim, Gaúcho e
Oliveira), e na bacia da Rua 13 de maio. Não ficará nenhum ponto crítico de
alagamentos na cidade que não vamos resolver.
BLOG - Esses valores são da gestão compartilhada com a Corsan?
JC - Falam de gestão compartilhada, mas
se olhar bem, na verdade a prefeitura vendeu um direito de uso para a Corsa
explorar aqui em Camaquã o fornecimento de água e o tratamento de esgoto. É bom
lembrar que a companhia ficou muito tempo aqui sem pagar nada pelo lucro que
teve, não investiu nenhum centavo. A Corsan fornece a água da barragem sem
pagar nada para o sistema da AUD, e se ficar quatro anos sem chover, mesmo
assim não faltará água.
Diante
disso, depois de uma longa negociação, conseguimos fazer com que o município
tivesse uma contrapartida mais justa. De uma proposta inicial de obtermos R$ 2
milhões de adiantamento do convênio, chegamos a R$10 milhões – o que nos
auxilio muito no custeio dessas obras. O que acontece hoje? Toda obra, todo o
investimento que forem usados recursos da Corsan isso tem que passar pelo
conselho que cuida desse fundo de gestão compartilhada, que contra com três
membros do município e três da companhia. Ou seja, ninguém está fazendo favor a ninguém.
O que temos sim é uma relação ficou mais justa.
Obras da Vila Nova: nova canalização vai resolver alagamentos
BLOG – E a pavimentação de ruas?
JC - Em três anos de governo já temos 30
km de rua calçadas. Convenhamos que isso não é pouca coisa.
BLOG – E a Faixinha (AV.Cônego Walter Hanquet), quando será dado um jeito?.
JC - É o seguinte: nós temos R$ 10,5 milhões liberados
pelo Ministério das Cidades, que está em fase de aprovação na Caixa Econômica Federal.
Esses recursos são específicos para financiar o recapeamento da Faixinha e para
pavimentar a Rua Bagé, no Viegas. Esses recursos já podiam estar liberados há
mais tempo, mas as regras relacionadas ao projeto mudaram. O que se mudou, em resumo,
é que são dois tipos de obras, que precisam de empresas diferentes para executá-las.
Uma para o asfalto (Faixinha) e a outra para bloqueto (Bagé).
Uma coisa é
certa: irei gastar toda minha energia para já em seguida liberar esses recursos.
Melhor que está em fase final, dependendo de detalhes. Tão logo isso seja concluído
já iremos licitar as duas obras. E aqui vai meu respeito ao comando da agência
local da Caixa Federal, sempre sensível às nossas demandas e buscando sempre a
melhor forma de resolver as pendências, com agilidade, para que o município não
seja prejudicado.
Ainda dentro
da pavimentação, é preciso lembrar que em seguida, creio que já em janeiro,
vamos começar as obras de pavimentação da Rua Antero Salustiano, aquela que atravessa
o bairro Olaria.
BLOG – E o trânsito, prefeito. Mesmo com as mudanças ainda tem muitas
reclamações....
JC – É importante dizer sempre que as mudanças do
trânsito foram todas aprovadas pelo Conselho Municipal de Trânsito, que possui
representantes de várias frentes. Isso depois de um estudo feito por uma
empresa especializada. Acredito que melhorou muito a fluidez, com o sistema
binário e com o fim dos estacionamentos oblíquos.
Mas ainda
temos problemas sérios de estacionamento, principalmente nesta área central. E
vamos resolver isso com a implantação do estacionamento rotativo. Já no final
de janeiro deveremos ter os resultados do concurso público para nomeação de dez
agentes de trânsito, que irão coordenar e fiscalizar o novo sistema. Antes,
eles irão ser treinados para isso. Acreditamos que no máximo em maio já deveremos
ter o estacionamento rotativo funcionando em sua plenitude. Sobre as cobranças de cifras dos motoristas que
o utilizarem, ainda vamos debater sobre isso e vamos chegar a um valor justo.
"Acreditamos que no máximo em maio já deveremos ter o estacionamento rotativo funcionando em sua plenitude"
BLOG -
E as câmeras de videomonitoramento...
JC – Elas terão múltiplas finalidades. Esses
equipamentos, aliás, já estão funcionando em caráter experimental para ajustes.
Teremos, neste primeiro momento, 25 câmeras instaladas, mas depois vamos fazer
uma campanha para comprar mais umas 10 ou 15 para cobrir com mais abrangência ainda.
O fato é que
a população vai sentir positivamente os seus efeitos, não somente na questão da
segurança, que é o seu objetivo principal, mas em outras áreas também, como no trânsito.
Mas vai além disso. Vou dar o exemplo da descarga indiscriminada de entulhos e lixo
na cidade. Quem faz isso de forma irregular, causando um custo desnecessário
para a prefeitura, que vai de manhã e recolhe e à tarde, no mesmo lugar já tem
outro monte, vai pensar duas vezes. Vamos sim usar as câmeras para fiscalizar
este tipo de ação que causa prejuízos à maioria.
BLOG – Os moradores do interior estão sentindo demais com as condições das
estradas do interior. O que tem previsto para 2016 em relação à infraestrutura
que beneficia a população rural?
JC – Em 2015 adquirimos três patrolas novas para serem
usadas exclusivamente nas estradas que ligam as
localidades à zona urbana e ligam os distritos entre si. Essas máquinas juntaram-se a outra patrola nova, comprada em 2014. Todas com recursos próprios, pois não se tem programa federal para esse tipo de compra. Isso é importante destacar, pois duvido que outro município, neste atual cenário econômico, tenha conseguido fazer um, investimento deste porte nos últimos três anos.
Dito isso, é
preciso lembrar que a questão climática não favoreceu ninguém, principalmente
os nossos produtores rurais, com intermináveis chuvas, o que lógico, atrasou
demais o trabalho de manutenção das estradas. Para este início de 2016 estamos
nos programando para dar um padrão de qualidade nestas estradas, já que já
estamos ai com a safra de fumo e, logo em seguida, vem o arroz e a soja. Tomara
que a meteorologia nos ajude, pois o tempo tem sido nosso adversário.
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