Além
do arroz, fumo, leite e CAR estiveram entre as pautas do Conexão Rural do
último sábado
O plantio da safra 2016 do arroz, as novas regras
da cadeia leiteira no Rio Grande do Sul, o avanço lento do Cadastro Ambiental
Rural do Estado e a situação das lavouras de fumo, bem como as demais culturas
da região alta do município foram os temas dominantes do programa Conexão Rural
deste sábado, 7 de novembro (a gravação está disponível em link abaixo da matéria).
No estúdio da Rádio Meridional, de onde o programa foi transmitido, estiveram o chefe do 3º Nate do Irga, Marcelo Ely Ferreira, o técnico agrícola Romeu Tietz, também do Irga, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Camaquã, Edmundo Peter, e o vereador Leomar Boeira, que preside a Comissão de Agricultura da Câmara de Vereadores de Camaquã.
No estúdio da Rádio Meridional, de onde o programa foi transmitido, estiveram o chefe do 3º Nate do Irga, Marcelo Ely Ferreira, o técnico agrícola Romeu Tietz, também do Irga, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Camaquã, Edmundo Peter, e o vereador Leomar Boeira, que preside a Comissão de Agricultura da Câmara de Vereadores de Camaquã.
Sobre o arroz, com aproximadamente 35% da área
semeada até esta sexta-feira (6) em Camaquã, o momento é de preocupação em
relação ao restante do plantio e sobre o quanto essas lavouras irão produzir
sendo semeadas no tarde. Impedida de plantar por causa do excesso de chuvas do
mês de outubro, a maioria dos arrozeiros da Planície Costeira Interna (PCI),
uma das regiões mais prejudicadas pela meteorologia, tenta aproveitar ao máximo
as janelas de plantio que vão se abrindo.
Segundo o agrônomo Marcelo Ferreira Ely, lavouras com pré-germinados e
as que tiveram um preparo antecipado e adequado de solo estão mais avançadas. O
problema é que elas não são maioria. Nas
demais, informou, os produtores remam contra o tempo, já que foram poucas as
janelas de plantio abertas: “Em outubro, tivemos entre cinco e sete dias ideais,
isso é muito pouco”, comentou.
Nas lavouras de ciclo médio a longo o limite de
semeadura seria até 10 de novembro. Já as de ciclo médio para curto, o prazo
ideal é no dia 15. Marcelo explicou que o problema do atraso do plantio é o risco
de o período reprodutivo da planta não coincidir com o pico de maior radiação
solar, que é entre o meio do mês de dezembro e vai até o mesmo período de
janeiro. Como uma grande parcela das lavouras não se enquadrará nestes prazos, o
agrônomo recomenda uma dosagem mais cautelosa dos insumos – a começar pela própria
quantidade de sementes, que deve ser em torno de 20% menor. “Neste momento, um
espaçamento maior garantirá uma melhor germinação e evitar o surgimento de
doenças na planta, como o bruzone”, destacou, ao indicar uma semeadura média de
80 kg/ha, sendo o ideal 25 plantas por metro linear, ou o equivalente a 100
plantas por metro quadrado. Outra recomendação é a de o produtor não se
“assustar” com sementes destapadas do solo: “É melhor ela se manter
superficial, já que vai chover mais e ela germinará de qualquer jeito”, comentou
Marcelo Ely, ao complementar que a mesma cautela de dosagem vale para adubação
de base e de cobertura.
Irga auxilia na avaliação da necessidade de replantios
Já com relação ao replantio de lavouras o técnico
agrícola Romeu Tietz informou que a quantidade de hectares até o momento é de
1.250, mas podendo ultrapassar esse número. Nas últimas semanas, o Irga tem
avaliado a necessidade cujos critérios passam pela análise geral das condições de
potencial germinativo. “O problema do replantio nem é tanto pelo custo, mas por
todo o transtorno que ele envolve e a possibilidade clara de a produção ter
queda”, disse Tietz.
FUMO
REAGE
Sobre o ciclo das lavouras de fumo, que já têm
cerca de 30% colhidas na região de Camaquã, o vereador Leomar Boeira, também
produtor e presidente da Comissão de Agricultura da Câmara de Vereadores de
Camaquã, disse que as plantas vêm demonstrando boa qualidade e que a
produtividade poderá surpreender positivamente diante das circunstâncias
climáticas desta primavera. “Havia um pensamento inicial de se colher uma média de 5 arrobas/ha, mas ela pode
chegar a até 8 arrobas”, observou Boeira.
O vereador também chamou atenção para a
necessidade de os produtores se agilizarem para o preenchimento do Cadastro
Ambiental Rural (CAR), que tem prazo limite em abril de 2016. Até aqui, somente
11% das propriedades gaúchas foram inscritas. “Ou os agricultores não estão
captando nem precisando de financiamentos bancários, o que não é o caso, ou o
pessoal está com medo que seja exigida muita coisa, o que também não é
verdade”, comentou Leomar ao recomendar que os produtores façam sua parte e
procurem os órgãos e entidades que fazem o CAR.
Uma dessas entidades que oferece esse serviço de
preenchimento e envio do CAR é o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Camaquã, Segundo Edmundo Peter, que
preside a casa sindical, a procura é crescente, mas existe dificuldade de
pessoal para a execução. Ele informa que os funcionários vêm se revezando para atender
a essa e mais a demanda do Pronaf. “Por enquanto um funcionário está fazendo o
serviço, duas vezes por semana. Quando terminar as inscrições do Pronaf, mais
duas servidoras, treinadas para isso, ajudarão nas operações do CAR, que levam
uma média de 2 horas cada”, informou Edmundo Peter. Para fazer o cadastro,
sócios em dia com o STRC, que possuam até um módulo rural, têm um custo de R$
80,00. Dois módulos o valor sobe para R$ 120,00.
O presidente do STRC também falou sobre a feira
promovida pelo sindicato, todas as sextas-feiras, na sede da entidade. A
necessidade de uma maior promoção do consumo local dos hortifrutigranjeiros
produzidos no município vem sendo pautada nos últimos programas pelo assessor
da Secretaria Estadual da Agricultura em Brasília, José Carlos Pires. Pires,
que se dispõem a auxiliar na busca de mecanismos que estimulem uma produção
municipal, sugere a criação de um entreposto maior para comercialização das
mercadorias. Com o comércio, inclusive.
REGRAS
MAIS RÍGIDAS PARA O LEITE
O programa também contou com a participação ao vivo do deputado estadual Gabriel Souza (foto), que falou sobre o projeto que regulamenta as responsabilizações da cadeia do leite. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da AL, Souza foi o articulador dos encontros que reuniram agentes do poder público e das entidades que representam os elos do setor, a fim de unificarem a legislação que irá prever maior rigidez com os fraudadores.
“Acontece que a pena, hoje, é muito branda para quem comete esses crimes, o que acaba, infelizmente, compensando quem os comete; e é por isso que existe muita reincidência”, destacou o parlamentar peemedebista, ao comentar que o novo projeto irá tramitar no Legislativo em regime de urgência, para ser aprovado ainda este ano.
Uma das modificações com relação ao modelo atual,
salientadas pelo deputado, diz respeito à remuneração dos transportadores, hoje
feita por quantidade. A nova legislação estadual vai estabelecer que o
pagamento seja por quilômetro rodado.
Por Alex Soares
Para quem quiser ouvir o programa de sábado, ele está disponível no link abaixo:
CLIQUE AQUI E OUÇA O PROGRAMA DE SÁBADO, 7 DE NOMEBRO DE 2015
Por Alex Soares
Para quem quiser ouvir o programa de sábado, ele está disponível no link abaixo:
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