segunda-feira, 9 de novembro de 2015

ARROZ: ATRASO NO PLANTIO REDEFINE MÉTODOS E ALTERA APLICAÇÕES

 Além do arroz, fumo, leite e CAR estiveram entre as pautas do Conexão Rural do último sábado 

O plantio da safra 2016 do arroz, as novas regras da cadeia leiteira no Rio Grande do Sul, o avanço lento do Cadastro Ambiental Rural do Estado e a situação das lavouras de fumo, bem como as demais culturas da região alta do município foram os temas dominantes do programa Conexão Rural deste sábado, 7 de novembro (a gravação está disponível em link abaixo da matéria). 

No estúdio da Rádio Meridional, de onde o programa foi transmitido, estiveram o chefe do 3º Nate do Irga, Marcelo Ely Ferreira, o técnico agrícola Romeu Tietz, também do Irga, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Camaquã, Edmundo Peter, e o vereador Leomar Boeira, que preside a Comissão de Agricultura da Câmara de Vereadores de Camaquã.

Sobre o arroz, com aproximadamente 35% da área semeada até esta sexta-feira (6) em Camaquã, o momento é de preocupação em relação ao restante do plantio e sobre o quanto essas lavouras irão produzir sendo semeadas no tarde. Impedida de plantar por causa do excesso de chuvas do mês de outubro, a maioria dos arrozeiros da Planície Costeira Interna (PCI), uma das regiões mais prejudicadas pela meteorologia, tenta aproveitar ao máximo as janelas de plantio que vão se abrindo.  Segundo o agrônomo Marcelo Ferreira Ely, lavouras com pré-germinados e as que tiveram um preparo antecipado e adequado de solo estão mais avançadas. O problema é que elas não são maioria.  Nas demais, informou, os produtores remam contra o tempo, já que foram poucas as janelas de plantio abertas: “Em outubro, tivemos entre cinco e sete dias ideais, isso é muito pouco”, comentou.

Nas lavouras de ciclo médio a longo o limite de semeadura seria até 10 de novembro. Já as de ciclo médio para curto, o prazo ideal é no dia 15. Marcelo explicou que o problema do atraso do plantio é o risco de o período reprodutivo da planta não coincidir com o pico de maior radiação solar, que é entre o meio do mês de dezembro e vai até o mesmo período de janeiro. Como uma grande parcela das lavouras não se enquadrará nestes prazos, o agrônomo recomenda uma dosagem mais cautelosa dos insumos – a começar pela própria quantidade de sementes, que deve ser em torno de 20% menor. “Neste momento, um espaçamento maior garantirá uma melhor germinação e evitar o surgimento de doenças na planta, como o bruzone”, destacou, ao indicar uma semeadura média de 80 kg/ha, sendo o ideal 25 plantas por metro linear, ou o equivalente a 100 plantas por metro quadrado. Outra recomendação é a de o produtor não se “assustar” com sementes destapadas do solo: “É melhor ela se manter superficial, já que vai chover mais e ela germinará de qualquer jeito”, comentou Marcelo Ely, ao complementar que a mesma cautela de dosagem vale para adubação de base e de cobertura.

Irga auxilia na avaliação da necessidade de replantios  


Já com relação ao replantio de lavouras o técnico agrícola Romeu Tietz informou que a quantidade de hectares até o momento é de 1.250, mas podendo ultrapassar esse número. Nas últimas semanas, o Irga tem avaliado a necessidade cujos critérios passam pela análise geral das condições de potencial germinativo. “O problema do replantio nem é tanto pelo custo, mas por todo o transtorno que ele envolve e a possibilidade clara de a produção ter queda”, disse Tietz.

FUMO REAGE
Sobre o ciclo das lavouras de fumo, que já têm cerca de 30% colhidas na região de Camaquã, o vereador Leomar Boeira, também produtor e presidente da Comissão de Agricultura da Câmara de Vereadores de Camaquã, disse que as plantas vêm demonstrando boa qualidade e que a produtividade poderá surpreender positivamente diante das circunstâncias climáticas desta primavera. “Havia um pensamento inicial de se colher  uma média de 5 arrobas/ha, mas ela pode chegar a até 8 arrobas”, observou Boeira.

O vereador também chamou atenção para a necessidade de os produtores se agilizarem para o preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que tem prazo limite em abril de 2016. Até aqui, somente 11% das propriedades gaúchas foram inscritas. “Ou os agricultores não estão captando nem precisando de financiamentos bancários, o que não é o caso, ou o pessoal está com medo que seja exigida muita coisa, o que também não é verdade”, comentou Leomar ao recomendar que os produtores façam sua parte e procurem os órgãos e entidades que fazem o CAR.

Uma dessas entidades que oferece esse serviço de preenchimento e envio do CAR é o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Camaquã,  Segundo Edmundo Peter, que preside a casa sindical, a procura é crescente, mas existe dificuldade de pessoal para a execução. Ele informa que os funcionários vêm se revezando para atender a essa e mais a demanda do Pronaf. “Por enquanto um funcionário está fazendo o serviço, duas vezes por semana. Quando terminar as inscrições do Pronaf, mais duas servidoras, treinadas para isso, ajudarão nas operações do CAR, que levam uma média de 2 horas cada”, informou Edmundo Peter. Para fazer o cadastro, sócios em dia com o STRC, que possuam até um módulo rural, têm um custo de R$ 80,00. Dois módulos o valor sobe para R$ 120,00. 



O presidente do STRC também falou sobre a feira promovida pelo sindicato, todas as sextas-feiras, na sede da entidade. A necessidade de uma maior promoção do consumo local dos hortifrutigranjeiros produzidos no município vem sendo pautada nos últimos programas pelo assessor da Secretaria Estadual da Agricultura em Brasília, José Carlos Pires. Pires, que se dispõem a auxiliar na busca de mecanismos que estimulem uma produção municipal, sugere a criação de um entreposto maior para comercialização das mercadorias. Com o comércio, inclusive.

REGRAS MAIS RÍGIDAS PARA O LEITE


O programa também contou com a participação ao vivo do deputado estadual Gabriel Souza (foto), que falou sobre o projeto que regulamenta as responsabilizações da cadeia do leite. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da AL, Souza foi o articulador dos encontros que reuniram agentes do poder público e das entidades que representam os elos do setor, a fim de unificarem a legislação que irá prever maior rigidez com os fraudadores.

 “Acontece que a pena, hoje, é muito branda para quem comete esses crimes, o que acaba, infelizmente, compensando quem os comete; e é por isso que existe muita reincidência”, destacou o parlamentar peemedebista, ao comentar que o novo projeto irá tramitar no Legislativo em regime de urgência, para ser aprovado ainda este ano.

Uma das modificações com relação ao modelo atual, salientadas pelo deputado, diz respeito à remuneração dos transportadores, hoje feita por quantidade. A nova legislação estadual vai estabelecer que o pagamento seja por quilômetro rodado. 


Por Alex Soares

Para quem quiser ouvir o programa de sábado, ele está disponível no link abaixo: 
CLIQUE AQUI E OUÇA O PROGRAMA DE SÁBADO, 7 DE NOMEBRO DE 2015


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