quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

QUE PAÍS É ESTE?


Nelson Egon Geiger
 Advogado
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Absurdo que a Presidente da PETROBRÁS, Graça Foster, dê entrevista para a imprensa dizendo a que a funcionária executiva que enviou informações sobre fatos que ocorriam na empresa não mencionou corrupção. A servidora Venina Velosa da Fonseca não teria usado diretamente essa expressão, mas referido que havia movimentações estranhas. E tais não foram investigadas pela Presidente da empresa. Mas como? Isso não é obrigação de qualquer administrador? Principalmente da área pública?

Parece que o General De Gaulle tinha razão. Este não é um País sério. Posto que em qualquer outro imediatamente seria instalada uma investigação. Mas acontece que aqui não houve interesse. Afinal, talvez ficasse chato investigar coisas que supostamente teriam acontecido no Governo Lula. Afinal, Lula é um homem honrado. 

O “PETROLÃO” é uma verdadeira vergonha nacional. Como o famigerado “mensalão”, que comparado aquele é coisa para o Juizado de Pequenas Causas. Pobre País. Nas mãos dessa gente despreocupada com investigar as denúncias sobre fatos envolvendo empresas e órgãos públicos.

Apesar de mais de 150 anos de composto, a indignação do grande poeta brasileiro Castro Alves, no belíssimo poema NAVIO NEGREIRO, está na hora de ser lembrado:

     “Levantai-vos heróis do Novo Mundo:
“Andrada arranca esse pendão dos ares;
“Colombo fecha a porta de teus mares”.

Passadas as festas natalinas e aquelas comemorativas da passagem do ano velho para o atual, o povo mais atilado e assíduo assistente dos noticiários na televisão, ouvinte no rádio ou ledor nos jornais deveria demonstrar sua indignação. Entretanto exatamente essa época, na qual ainda ocorre, por ser País Tropical a ocasião de férias, parece que ninguém se importa com o que aconteceu e vem acontecendo.

Está na hora do protesto. A nação não pode se quedar silente ante tantos desmandos administrativos e escândalos governamentais. Está na hora de protestar. De reclamar. De exigir explicações e de punir os envolvidos no maior escândalo público brasileiro.

Para não ter de se buscar, novamente, nos versos de Castro Alves, a indignação nacional. No mesmo poema o poeta, antes, versejava: “Existe um povo que a bandeira empresta para cobrir tanta infâmia e cobardia”. Que não sirva nosso pendão para acobertar tanto escândalo público. Está na hora do povo exigir e do Governo explicar. Ainda que isso custe mandatos. Não é verdade? Afinal, o povo merece ser respeitado.


PUBLICADO NO JORNAL TRIBUNA – Edição de 09 de janeiro de 2015.___.

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