sexta-feira, 6 de junho de 2014

Campos e Lula: os fatores da eleição

Desde a eleição que deu o segundo mandato a Lula, que depois elegeu Dilma Rousseff, eu andava descrente sobre o despertar coletivo. A propaganda oficial petista, convenhamos, mascara, tritura, funciona mesmo. Mas do inicio deste ano para cá, ou melhor, de junho do ano passado para cá, começo a sentir alguns ventos de mudança batendo.

A pesquisa que saiu hoje do Datafolha reforça isso. O levantamento corrobora com a tendência de queda entre os que votariam na reeleição da presidente.  Chamo a atenção para dois dados: em fevereiro, Dilma Rousseff tinha 44% no mesmo instituto. Os dados de hoje apontam para uma preferência de 34%. Numa simulação de segundo turno entre ela e Aécio Neves, a presidente teria 46% contra 38% do mineiro. A mesma simulação, feita em fevereiro, apontava Dilma com 54% e Aécio 27%.

Teimo numa tese: Eduardo Campos irá fazer bem mais do que esses 9% de preferência que estão ai. Para vencer a disputa ele ainda não tem bala na agulha, pois é desconhecido da  massa. Mas repito: ele sobe bem além dessa média de 10% ai.  E ai que está o pepino do PT: esses votos não migrarão de Aécio, mas sim dos 30% de indecisos, brancos e nulos que tenderão a se posicionar até outubro. Sendo assim, haverá segundo turno. E mesmo que o PSB não escancare apoio a nem um dos dois, Aécio será o seu maior herdeiro dos votos no segundo turno.


O PT sabe que se seguir essa toada, Dilma voltará para Porto Alegre em janeiro. A emergência já foi acionada no governo e uma das medidas é a inclusão do ex-presidente na campanha. Em julho, Lula botará os pés na estrada em busca de reversão. Capacidade ele tem, afinal já conseguiu loucas façanhas eleitorais, como eleger um poste como Haddad e uma burocrata como Dilma. Mas pelo que se desenha a missão agora é bem mais espinhosa. 

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