Desde a eleição que deu o segundo mandato a Lula, que depois
elegeu Dilma Rousseff, eu andava descrente sobre o despertar coletivo. A
propaganda oficial petista, convenhamos, mascara, tritura, funciona mesmo. Mas
do inicio deste ano para cá, ou melhor, de junho do ano passado para cá, começo
a sentir alguns ventos de mudança batendo.
A pesquisa que saiu hoje do Datafolha reforça isso. O levantamento
corrobora com a tendência de queda entre os que votariam na reeleição da presidente.
Chamo a atenção para dois dados: em
fevereiro, Dilma Rousseff tinha 44% no mesmo instituto. Os dados de hoje
apontam para uma preferência de 34%. Numa simulação de segundo turno entre ela
e Aécio Neves, a presidente teria 46% contra 38% do mineiro. A mesma simulação,
feita em fevereiro, apontava Dilma com 54% e Aécio 27%.
Teimo numa tese: Eduardo Campos irá fazer bem mais do que
esses 9% de preferência que estão ai. Para vencer a disputa ele ainda não tem
bala na agulha, pois é desconhecido da massa.
Mas repito: ele sobe bem além dessa média de 10% ai. E ai que está o pepino do PT: esses votos não
migrarão de Aécio, mas sim dos 30% de indecisos, brancos e nulos que tenderão a
se posicionar até outubro. Sendo assim, haverá segundo turno. E mesmo que o PSB
não escancare apoio a nem um dos dois, Aécio será o seu maior herdeiro dos
votos no segundo turno.
O PT sabe que se seguir essa toada, Dilma voltará para Porto
Alegre em janeiro. A emergência já foi acionada no governo e uma das medidas é
a inclusão do ex-presidente na campanha. Em julho, Lula botará os pés na
estrada em busca de reversão. Capacidade ele tem, afinal já conseguiu loucas façanhas
eleitorais, como eleger um poste como Haddad e uma burocrata como Dilma. Mas pelo
que se desenha a missão agora é bem mais espinhosa.
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