terça-feira, 21 de setembro de 2010

O fenômeno da reencarnação


2,4 milhões de expectadores em três semanas de exibição. Esse é Nosso Lar, filme de Wagner de Assis, baseado na obra mais vendida do médium Chico Xavier.

Em meio a todo o clima nostálgico e festivo de 20 de setembro, assisti a obra ontem, num dos tantos cinemas que ele está em cartaz, em Porto Alegre.

O filme, que foca a trajetória pós morte de um médico brasileiro que viveu no início do século passado, oferece aos expectadores os conceitos da doutrina que tem como base o princípio da reencarnação humana. Segundo o filme, a morte dá início a novas dimensões e lugares. Tudo visando a evolução do caráter. Sarados, voltamos e passamos a viver em outros corpos.

A obra é a síntese dos princípios do espiritismo, surgido na França do Século XlX, por Alan Kardek. Mas é no Brasil que mais a doutrina se expandiu. Implantado no país pouco antes da Proclamação da República, pela insatisfação da elite com a monarquia – essa ligada à Igreja Católica - o espiritismo não parou de crescer.

São atualmente 2,2 milhões de seguidores, com a estimativa de 18 milhões de simpatizantes. Em 1995 eram pouco mais de 5 mil centros espalhados Brasil afora. Em 2010, esse número está em 14 mil.

Isso explica em boa parte o sucesso de Nosso Lar. Mas não é tudo. Curiosos pelo filme estão expectadores de todas as religiões. Como eu, católico e que nada entendo da doutrina.

Isento, portanto, me atrevo a dizer que o espiritismo, assim como o filme, chama tanto a atenção e atrai tantos adeptos por dois eixos básicos. O primeiro: dá resposta para nossa maior curiosidade existencial: o que seremos e para onde vamos depois de morrer? A segunda: nos dá alívio e faz acreditar que as perdas não são definitivas.

E na humilde opinião deste pouco religioso cronista, existe também um outro ingrediente. O de acreditar em algo abstrato, mas também palpável. Afinal, em alguma coisa ou em alguém temos que acreditar.

As cartas psicografadas, os livros, a vida franciscana de Chico Xavier ajudam a formar todo esse ambiente favorável ao espiritismo. E a real, é que das nossas religiões, seja católica, evangélica, pentecostal, nenhuma oferece ferramentas para nos comunicar com os entes, por exemplo.

O Filme da vida de Chico Xavier teve 3 milhões de ingressos vendidos em todo o tempo de exibição. Nosso Lar, com alguns dias, já passou dos 2 milhões. Dúvidas não existe de que a doutrina é no mínimo um filão cinematográfico.

E nós, por via de dúvidas, é melhor não arriscar. Fazer o bem aqui, levando nossas vidinhas numa boa, sem maldade, ainda é a coisa mais certa a fazer. Assim, evitamos o purgatório. Ou melhor, o Umbral, como assim chamam o inferno os kardecistas e para onde vão os ruizinhos. Cruzes, toc, toc, toc...eu fora!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leg