quinta-feira, 9 de setembro de 2010

É carro demais mesmo

Foto: Claiton Silva/Arquivo
Está quantificado agora aquilo que vem sendo notado à cada dia dos últimos cinco anos, pelo menos. A frota de automóveis nas ruas das cidades brasileiras cresce em ritmo alucinante.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou, ontem, dados relacionados a este crescimento no Brasil todo e no Rio Grande do Sul, especificamente. Aqui no Estado, estatisticamente, diz o IBGE, de cada duas residências, uma possui um carro na garagem.

De uma frota de 3, 8 milhões de veículos em 2009, pulamos para 5 milhões em julho de 2010. Ou seja, em dois anos e meio são 1,2 milhão de carros a mais circulando nas ruas estradas dos pampas.

Poderia sim esses números ser comemorados, afinal isso significa economia em ascensão, mais renda nos lares, mais poder de compra do cidadão. Não é o caso. Na medida em que indústria automobilística se esmera em sua voracidade de cumprir o seu papel óbvio de por carros nas ruas, os departamentos públicos de tráfego, engenharia e execução de obras não conseguem nem de perto acompanhar a velocidade das vendas.

Enquanto são cada vez maiores as alternativas para que o cidadão proclame sua independência de locomoção, com financiamentos longos e juros baixos, ruas e estradas vão ficando pequenas, estacionamentos públicos lotados e muita, muita confusão.

Não precisamos ir longe para ver o alto preço que está se pagando por este problema, positivo, mas é um problema. O pior, é verdade, seriam as concessionárias entupidas de estoques.

Mas o aumento demasiado a abrupto da frota dos últimos anos é sim um gerador de transtornos, os quais o setor público, não se sabe ainda como, terá de encarar a médio e longo prazos.

Transtornos traduzidos em números e em conseqüências extremas: somente nestes primeiros oito meses de 2010 já são mais de mil mortes no trânsito gaúcho.
Alguém tem dúvidas de que uma coisa tem relação com outras?

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