
Mas com Souza havia algo diferente. Na mesma medida que era extenso, era também consistente. Era um estudioso da administração pública. Sabia de suas deficiências e apresentava soluções. Sabia muito e por isso precisava falar.
Foi reconhecido em tempo. No auge da dicotomia política do final dos ano 90, quando o PT jactava-se do Orçamento Participativo de Porto Alegre, a oposição lembrava sistematicamente que o esquema de democratização do orçamento tinha ele como o pioneiro no RS, quando fora prefeito de Pelotas. Os adversários de Olívio Dutra não mentiam. E assim, por outros interesses, deram publicidade com justiça ao feito.
Com longa passagem pelo PMDB, Souza se transferiu para o PPS naquele desentendimento Britto-PMDB, na campanha de 2002. Foi secretário estadual de Educação e também da Justiça e Segurança nos governos peemedebistas. Do PPS não se desfiliou mais.
Em 2005 saiu da cena política, depois do diagnóstico de Parkison. Há poucos meses foi homenageado pelo Assembleia Legislativa e teve sua vida contada num livro.
A política gaúcha perde um tenaz colaborador. A Zona Sul um filho ilustre, que orgulhou seus conterrâneos, vizinhos, eleitores, familiares e todos que o conheceram.