segunda-feira, 19 de abril de 2010

Uma vitória na hora certa

Foto: Divulgação/A Plateia
Chegamos de Livramento no início da madrugada desta segunda-feira. Saímos por volta das 19h da Fronteira. Viemos rápido até, fazendo apenas duas paradas rápidas na estrada. E com vitória, sem dúvida, o astral da viagem é outro.

A equipe da Rádio Tapense, comandada por Enon Cardoso, que tem o Celinho Garcia, o Silvio Pereira e eu, ontem, tinha o humor semelhante ao do pessoal do Guarany. Ganhar, sobretudo ganhar fora de casa, tem outro sabor.

Nossa relação com os integrantes desta turma do Geraldo Delamore e com os diretores é algo que honra cada um de nós. Uma parceria construída à cada semana, à cada jogo. Acima de tudo nos respeitamos. E essa base favorece o restante das reciprocidades. Entendemos que estamos aprendendo juntos. Todos.

Quando na última quarta-feira, o Guarany levou quatro do São Paulo de Rio Grande (mas fez três) não concordamos com as vaias sofridas pelo técnico. E foi unânime a opinião do nosso time da 1420 de que tal manifestação era inoportuna, precipitada. E isso foi dito no ar.

Essa confiança, entretanto, está longe de significar qualquer tipo de omissão em relação a eventuais falhas que vêm a ser cometidas pelo time. Ao contrário. Em todos os jogos, o que mais fizemos é isso: analisamos o conjunto, observamos os equívocos e torcemos para que estes sejam corrigidos. E com a mesma ou maior proporção, ressaltamos os acertos.

Uma cena que testemunhei, ao final do jogo de ontem traduz o escrito acima. Após bater o 14 de Julho por 2 x 1, os atletas de Camaquã fizeram um círculo no campo, numa demonstração de necessidade de união. Tudo captado pelo microfone ágil do veterano Enon Cardoso.

Na sequencia, o mesmo Enon reuniu Delamore e Alex Silveira para uma entrevista, ainda em campo. Silveira tinha sido o centro de uma polêmica que se arrastara por toda a semana. A saída de Silveira – que é de Camaquã – do time provocou uma série de reações, com uma parte da torcida ficando contra o técnico.

Pois enquanto Silveira, que marcou um gol em Livramento, se redimia com seu professor, que por sua vez retribuía gentil e autenticamente a manifestação, ao meu lado na cabine, Celinho deixava transbordar a emoção do momento indo às lágrimas.

Olhada de forma isolada, a cena pode até parecer estranha. Mas de exagerada, a emoção do meu companheiro não teve nada. Celinho vive o futebol amador de sua terra desde piá. Passou por todas as etapas. Ele sabe o que significa esse momento do esporte em Camaquã. E por conviver rotineiramente a realidade do Guarany, ele sabia o que representava de positivo aquele gesto.

Sabia também as conseqüências que viriam caso os ruídos internos não fossem congelados. O nosso narrador é amigo de Alex Silveira e também do treinador. Conhece futebol. Celinho quer ver o Guarany forte. E sabe que para isso, é fundamental ter um treinador na mesma condição.


Diferencial

Sobre o jogo em si, que comentei, quero registrar o que achei de mais valioso e que teve influência direta no resultado em Livramento: a estreia do volante Bi. Ele deu uma dinâmica completamente diferente para o esquema de Delamore e sua meia-cancha. O primeiro gol, que começou com jogada dele, tem a ver com isso. O Guarany passa a ser outro a partir de ontem. Registrem isso e me cobrem em caso de não confirmação.

CLASSIFICAÇÃO
RIO GRANDE 10
SÃO PAULO 9
GUARANY-BG 6
GUARANY-CM 6
BAGÉ 3
14 DE JULHO 1

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