quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Vamos de novo

Mais um ano. Mais do que isso, concluímos outra década. Ela, que começou com os atentados terroristas de Nova Iorque, terminou também com a Qaeda nos noticiários. Menos mal que a investida da semana passada não passou de fiasco.

Foi a década que a maior potência mundial escolheu o primeiro comandante negro. A era Barack Obama, aliás, tem similaridades a do colega do Brasil. Lula também foi o primeiro. O primeiro trabalhador braçal, o primeiro nordestino da gema a chegar à Presidência daqui. Estados Unidos e Brasil seguem iguais como antes. O processo é irreversivelmente viciado. A força econômica está acima de ingerências humanas bem intencionadas.

No Estado, duas zebras políticas: a primeira foi o caxiense Germano Rigotto (PMDB), transformado em governador depois de largar com 3% nas intenções de voto. Yeda Crusius (PSDB), a primeira mulher eleita, tinha menos ainda quando a campanha começou em 2006. E claro, também foi a década das desilusões. A gestão Olívio Dutra (PT) foi encerrada com um resultado bem abaixo das expectativas programadas.

Na política local, a década começou com o fim da supremacia trabalhista na Costa Doce. Em Camaquã, o PP elegeu, reelegeu João Carlos Machado e ajudou na vitória de seu sucessor, o peemedebista Ernesto Molon. Em São Lourenço, o PT quebrou o paradigma local, que tinha PP e PMDB como protagonistas. O trabalhador José Nunes venceu duas eleições, surpreendeu e suas façanhas administrativas servem de modelo para muita gente.

No futebol, ganhamos uma Copa do Mundo, com Felipão. Nos pampas, o colorado deu de relho. Enquanto para a Azenha se levou uma Copa do Brasil e um título da Segundona, para a Padre Cacique foram enviados um Mundial, uma Libertadores, uma Sulamericana. Quer mais? Mas continuo tricolor, mesmo consciente que são duas décadas seguidas sempre de domínio de um dos lados. E como as os anos 80 e 90 foram tricolores, nem quero pensar no que vem pela frente.

E perdemos muita gente. Celebridades e parceiros, vizinhos, parentes amados. Essa é a pior parte quando refletimos sobre o tempo. Mas também adotamos e fomos adotados por novos amigos e ganhamos descendentes. A vida continua.

A próxima década e o próximo ano começam. Não serão muito diferentes. Os maus-caráter ligados apadrinhados pelo Estado continuarão a sugar nosso sangue e muitas mentiras oficiais ouviremos. É verdade, teremos a Copa e as Olimpíadas aqui. E o que isso nos acrescenta? - perguntam os pessimistas. Para a maioria, absolutamente nada. Mas sem dúvida, vamos nos divertir. Não adianta fugirmos de nossa essência. Enquanto não integrarmos uma Nação séria e, sobretudo verdadeira, vamos rir. Está ai uma virtude que ninguém nos tira, por mais que tentem

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