sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ampliação de mercados é o foco de encontro nacional de bubalinocultores

Belém/PA
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A excelência da qualidade como ponto de partida para as expansões da criação e de novos mercados. Sob esse prisma, criadores de todo o Brasil estão reunidos em Belém do Pará para discutir a bubalinocultura. O VII Encontro Brasileiro de Bubalinocultores, que está sendo realizado no Hangar - Centro de Exposições e Feiras da Amazônia -, começou nesta quinta-feira, 24, e se encerra no próximo domingo, 27. Do Rio Grande do Sul, participa do evento, organizado pela Associação Paraense de Bubalinocultores, uma delegação de doze criadores.

O estado amazônico é maior produtor nacional da raça, com 1 milhão de cabeças. Elas estão concentradas principalmente na Ilha do Marajó. O Rio Grande do Sul, que possui 1.200 produtores, possui 80 mil exemplares. É o segundo maior plantel do Brasil. Um dos desafios da Associação Sulina de Criadores de Búfalo (Ascribu) é justamente o de aumentar a oferta destes animais nos pampas, a partir da adesão de novos criadores e da expansão dos criatórios atuais.
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Nos primeiros dois dias de encontro, criadores e técnicos centralizaram as discussões em dois temas: a carne e seus subprodutos, e o leite. A carne bubalina é comprovadamente uma das mais saudáveis, com menores índices de colesterol e calorias, e com níveis superiores de proteína e sais minerais. A necessidade de manter e afirmar mais ainda este status, através de pesquisas e melhoramentos genéticos, foi um dos pontos mais batidos.
Com o leite não é diferente. A idéia é unir esforços técnicos no sentido de incrementar a produtividade por cabeça e aumentar a oferta de laticínios específicos. O Sudeste é hoje a Região mais avançada no processamento do leite de búfala, também mais saudável e rentável, com um aproveitamento 50% superior na fabricação de derivados em relação ao produto bovino comum.


O presidente da associação nacional de criadores, o mineiro Élcio Reis, aponta para um novo mercado que começa a ser vislumbrado, que é o da exportação. Até aqui, basicamente a comercialização de animais, de carne e dos derivados é feita dentro do território nacional. Mesmo entusiasmado com a procura que começa a surgir, Reis é cauteloso em relação ao comprometimento do plantel de fêmeas por causa da oferta a ser disponibilizada. Por enquanto, explica ele, “essa nova alternativa tem dado claros sinais de futuro com a venda recente de 4 mil matrizes para Venezuela e Colômbia”.

Reis informa que tem havido solicitações de outros países, mas qualquer perspectiva de negócios acaba esbarrando na questão legal, já que, com a exceção destes dois países citados, não há protocolo de sanidade bubalina com os demais. O dirigente dá o exemplo de produtores do Peru, que já demonstraram interesse na compra de 10 mil cabeças.

Outro nicho que se abre é o das exportações de carne. Um projeto que está em avançado estágio entre um frigorífico nacional e uma empresa européia, deverá garantir a estreia da carne de búfalo brasileira no Velho Continente. Um dos itens do acordo prevê também o confinamento de bezerros por conta dos europeus.

Cooperativa gaúcha é modelo
Em relação a valorização da carne, o presidente da Associação chama a atenção para o valorização do produto gaúcho na comparação com os demais estados em função da organização dos produtores. A Cooperbúfalo, cooperativa que trabalha com toda a cadeia produtiva – do criador ao supermercado – se notabiliza pela distribuição do produto no mercado portoalegrense. Na visão do mineiro, “a entidade é um exemplo para o restante do país”.

Outra prioridade do setor é a urgente abertura de importação de sêmen e de animais da Índia, fechada desde 1965. As aquisições brasileiras dependeriam de estudos relacionados também à questão sanitária. A Índia, berço da raça e o maior produtor mundial de búfalos, com 120 milhões de cabeças.

No encerramento do encontro, domingo, ocorre um Dia de campo, com visita dos criadores à propriedade DiBúfalo, do produtor Rolf Erichsen. Entre os integrantes da comitiva gaúcha estão o diretor da Ascribu João Ghaspar Almeida e o presidente da Cooperbúfalo, Júlio César Ketzer.

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