Eu sempre digo que o bom fotógrafo, fotógrafo mesmo, tem uma percepção extra que o distingue. É uma espécie de terceiro olho que possuem os fotógrafos diferenciados, que conseguem, primeiro perceber o valor de uma imagem trivial e convertê-la num registro eterno. Segundo, saber fazer uma foto tem relação com a apropriada combinação de luz, movimento, distância e foco. Com toda a honestidade e já me desculpando com os demais profissionais da área, eu conheço um fotógrafo assim: João Corrêa, o Joãozinho. O homem é fera. Já trabalhamos juntos em dois veículos. Tanto no Jornal Gazeta Regional, quando ainda atuava como sua Nikon de filme, como no Jornal A Visão, já na era digital, sempre me impressionava a capacidade que tem o João de retratar com requinte artístico os momentos - por mais rotineiros que eles fossem. Numa época em que por onde a gente anda tem uma maquininha digital destas espocando flash e seus donos achando que estão realmente fazendo fotos, é bom valorizar o trabalho dos verdadeiros profissionais que apertam o botãzinho.
E é por isso que devemos aplaudir e incentivar esta premiação que a prefeitura de Camaquã instituiu há algum tempo. O concurso Fotografe Camaquã, em sua 13ª edição, que teve como jurados Alex Haas (outra fera também dos retratos), Alvorino Osvald e Gabriela Brito, já tem seus vencedores. E mais uma vez o Joãozinho, hoje fotógrafo do Jornal Tribuna Centro-Sul, ganhou na categoria profissional, com a foto Meu Cão Voador (ôh Joãozinho: não seria Cão Nadador, já que o animal parece disputar uma daquelas provas aquáticas?). Títulos à parte, o prêmio e a imagem corroboram o que este blogueiro escreveu ai em cima: Esse é fotógrafo mesmo.
