segunda-feira, 8 de junho de 2009

1983 – o Ano Azul

É verdade que nessas noites frias o ideal mesmo é ficar recolhido em casa e fazer o convencional das noites de inverno. Temos sim medo do frio mesmo e vamos combinar que às vezes ele assusta mesmo.


Mas ontem à noite resolvi enfrentar o gelo e fui assistir ao documentário 1983 – o Ano Azul. Ele está em cartaz em dois cinemas de Porto Alegre desde sexta-feira. Imaginava encontrar a sala do Iguatemi que exibe a produção cheia e temi até ficar sem bilhete. Mas não, nem a metade das cadeiras foram ocupadas.

Outra surpresa foi encontrar entre os expectadores o homem que contou a história de Tóquio. Armindo Antônio Ranzolin, narrador da Rádio Guaíba em 1983, já tinha visto o filme no seu lançamento e levava agora a esposa e o neto para assisti-lo.

Hoje aposentado, Ranzolin é um ícone para quem trabalha em rádio. Com o cuidado de não ser inconveniente, já que estava com a família, puxei assunto com o ex-narrador. Que nada, Ranzolin queria conversa. E falamos bastante, na recepção da sala. No final, me garantiu: “Tu vais gostar, tu vais ver”!

Não vou contar sobre o roteiro, já que acho uma sacanagem quando me antecipam os finais de filme. E ninguém merece mesmo quando aquele teu amigo espirituoso começa a narrar aquela obra que achou o máximo na noite anterior. No segundo capítulo, geralmente, a gente já desviou o pensamento e continuamos o escutando por educação.

Mas 1983 – o Ano Azul é uma providencial recuperação de um trecho da história. Não somente do futebol, não apenas dos gremistas. Produzido por Carlos Gerbase, Gustavo Fogaça e Augusto Mallmann, o filme traz depoimentos do presidente Fábio Koff, do técnico Valdir Espinosa, de Mazaropi, Tarcísio, China, Baidek, Mário Sérgio, Oswaldo e outros colaboradores da façanha. E claro, de Renato Portaluppi. Sobre Renato, aliás, o documentário ajudará a torná-lo mais herói ainda depois das histórias que o filme recupera dele.

E para quem está acima dos 30, 32 anos, o filme é um estímulo às nossas memórias. Com onze anos naquele dezembro de 83, olhei com meu pai, já falecido, e um monte de gremistas o jogo na Lancheria Saci. Na Saci do colorado Telmo Gutierres, que era ali na Presidente Vargas, onde hoje é o Macla. Que angústia, que festa depois! De fato, aquele 1983 foi o Ano Azul. Outros virão. Quem sabe este em que estamos! Quem sabe!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leg