sábado, 17 de janeiro de 2009

O trauma das perdas

Falei no início da noite de ontem com o diretor da Fundergs Italgani Almeida. Ele passou o dia em Pelotas, que teve uma de suas sextas-feiras mais tristes. Italgani estava ainda meio fora do ar. Não podia ser diferente. Enquanto conversávamos, o seu inseparável amigo Armando Dessessards, técnico do Brasil de Pelotas, estava sendo submetido a uma cirurgia numa das pernas, no Hospital Moinhos de Vento, na Capital. O treinador foi um dos que saíram feridos do acidente com o ônibus que transportava a delegação do clube, na noite de quinta-feira. Foi ao lado de Dessessards que Italgani viveu um dos melhores momentos, quando o Guarany de Camaquã se tornou Campeão da Sub-21, no ano de 2000. Com o ídolo Cláudio Milar, morreram também o zagueiro Régis Gouveia e o treinador de goleiros Giovani Guimarães. Estes últimos dois, também representaram o Guarany naquela epopéia de 2000.
Contou-me Italgani que uma das poucas coisas que Armando fala é perguntar sobre Giovani, cujo potencial sempre foi valorizado por ele. E esse será o principal problema para os sobreviventes deste acidente. Superar o trauma de perder colegas de trabalho que estavam ao lado, num promissor início de ano, não será nada fácil.

2 comentários:

  1. Contribuintes gaúchos têm prazo de 100 meses para parcelamento de débitos e habilitação ao Simples Nacional






    O Diário Oficial do Estado publicou em sua edição desta sexta-feira (16), decreto da governadora Yeda Crusius, que reformula o Programa Especial de Regularização Fiscal das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Rio Grande do Sul, estabelecendo o prazo de até 100 meses para parcelamento de débitos junto ao Governo do Estado. O documento, assinado pela Governadora e pelo chefe da Casa Civil, Jose Alberto Wenzel, informa que a medida é valida para as empresas que venham a optar pelo Simples Nacional e determina que o prazo para o pagamento da parcela inicial expira em 30 de janeiro deste ano.


    Conforme o secretário Wenzel, a medida é interessante aos contribuintes gaúchos, já que, para usufruir das vantagens concedidas pelo Simples Gaúcho terão que se enquadrar no Simples Nacional. “Está é uma grande oportunidade que os contribuintes terão para regularizar suas pendências e dívidas com o Estado, retornando a uma condição de adimplência”, ressaltou.

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  2. Bom dia Alex. Sou Cláudio Freitas, advogado do SIMUCA, torcedor do Pelotas. A sexta-feira (ontem) começou bem, pois chegava com a notícia de um piloto americano que realizava uma façanha: pousava um avião num rio e conseguiu que não fazer com que todos os tripulantes e passageiros sobrevivessem. Mal sabia da tragédia da madrugada. Ao saber não acreditei. Aos poucos informações foram passadas, buscas na internet, observações da movimentação incomum de torcedores devidamente fardados andando pelas ruas de cabeça baixa, olhos esbugalhados de aparência atordoada. Meu escritório fica duas quadras da Baixada (Estadio Bento Freitas). Então era verdade. Foi uma sexta-feira negra aos pelotenses, independentemente do time para o qual torcem. Tanto os lobos (Pelotas) quanto fantasmas (Farroupilha) choraram com a perda não só para os xavantes (Brasil), mas especialmente para a cidade. Diferenças de lado e esquecidas, nos ermanamos na dor. Uma sensação estranha nos tomou de assalto. Conseguimos, alguns, segurar as lágrimas, mas impossível esconder nos olhos o choro da alma. Na pele a sensação de arrepio. Pouca produtividade. Da sacada do escritório, em torno das 18h a visão do caminhão dos bombeiros que saía em direção ao Fragata levando o Régis. Acompanhando o cortejo desde o princípio vi um exército de motos, carros particulares, viaturas da polícia e agentes de trânsito. Atrás do caminhão a massa xavante cantando e aos gritos de guerra dando seu adeus, visivelmente emocionados e entristecidos. Apesar de ser áureo-cerúleo não pude deixar de reconhecer que preferia estar ali, no mesmo lugar, vislumbrando aquela manifestação, mas na comemoração de um título, ainda que contrariado. Somente quem viu pode ter idéia da dimensão da perda que os pelotenses sentiram. Sabemos que poderia ter sido muito maior a tragédia, mas não podemos deixar de nos emocionar com o que aconteceu. Que todos os xavantes saibam que nos ermanamos nesta dor. Queremos muito derrotar o xavante no campo, mas jamais um adversário desejaria tamanho mal a essa invejável nação rubro-negra. Do futuro ninguém sabe, como serão as coisas daqui para frente, se haverá disputa do gauchão. A certeza é só uma: tudo mudou. O que existe neste momento é a dor da irreparável perda. Força companheiros xavantes. Recuperem-se logo, façam novos ídolos. Os lobos esperam ansiosamente que possamos nos enfrentar novamente no nosso campo de batalha, os gramados. Não importa o resultado. Importa é a disputa e a presença dos guerreiros fazendo o seu trabalho. Força Xavantes.

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