sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

"É nós que pagamos o seu salário"

Depois de duas horas de reunião, representantes de trinta associações comerciais do Estado decidiram que a federação que as congrega deve se posicionar contra o regime de urgência imposto pelo governo estadual para votação do projeto Duplica-RS. O projeto, enviado pelo Palácio Piratini e que vem provocando um forte embate na Assembléia Legislativa, prevê a prorrogação do prazo de exploração das concessionárias em 15 anos, em troca da redução de valores dos pedágios e melhorias em rodovias federais e estaduais do Rio Grande do Sul.
A reunião da Federasul, comandada pelo seu presidente, Paulo Cairolli, começou com discursos acalorados dos dirigentes. A principal reclamação: a falta de interesse do governo em dialogar sobre o projeto. Houve inclusive insinuações de que pudesse haver interesses escusos no governo, em função de sua ânsia pela aprovação.
Aquilo, porém, que seria uma exposição técnica do secretário estadual de Infra-Estrutura, Daniel Andrade, acabou se transformando numa tribuna de defesa e ataques. Com um vigor que beirou a raiva, Andrade descartou qualquer tipo de interesse se não o público, deu a entender que os que estavam ali pouco sabiam do projeto, atacou administrações anteriores e usou e abusou da expressão “desonestidade intelectual”, para classificar a ação dos opositores ao projeto.
Depois de mais de vinte minutos usando o microfone, Andrade se despediu. Quando se preparava para sair do auditório, foi interrompido por um dos presentes. “É nós que pagamos o seu salário e o senhor não tem o direito de nos tratar desde jeito”, disse o representante de um grupo de ACIs associadas do Norte do Estado. O clima pesou e Andrade teve de recuar. Em pé, ouviu três opiniões, depois, deu mais explicações e em seguida foi embora, levado por Cairolli.
Veja em vídeo trecho da defesa de Andrade do projeto Duplica RS

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