sábado, 6 de dezembro de 2008

Em reunião nervosa, ACIC sugere rompimento


Reunidos na tarde desta sexta-feira, 5, com o prefeito Ernesto Molon, representantes das entidades empresariais de Camaquã solicitaram a revisão da decisão do governo de extinguir a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. A medida foi anunciada oficialmente por Molon, há uma semana, durante o anúncio de sua equipe de governo a ser empossada em janeiro.
Na audiência, em que participaram os presidentes da ACIC-CDL, Edson Lessa, do Sindilojas, Jorge Schaidhauer, diretores de ambas as entidades, além do vice-presidente da Fecomércio, Luis Baptistella, foi exposto o descontentamento do setor com a redução do status do órgão que atende ao setor produtivo. “Esta decisão nos causa completa surpresa. Primeiro por não haver qualquer sinalização de diálogo da sua parte, já que antes de eleito, o senhor sempre reafirmou a importância disso. Segundo, por se tratar de uma decisão tomada por alguém que tem identidade direta com o setor, já que o senhor também é empresário”, disse Edson Lessa ao prefeito durante a reunião. O presidente da ACIC também comparou o fechamento de uma secretaria que atende a um setor gerador de receita, com a abertura de uma outra – que atenderá o desporto e a juventude: “Não somos contra a representatividade de nenhuma parcela da sociedade, mas nós, que produzimos, queremos ser reconhecidos pelo que representamos”, destacou. Para ele, o fechamento da secretaria representa um retrocesso nas relações político-privadas, num momento em que o município mais precisa são investimentos que gerem recursos e empregos. O dirigente ainda colocou que as parcerias precisam ser boas para os todos os lados envolvidos: “Falando como presidente da Associação Comercial, temo muito que essa sua posição atrapalhe futuramente as produtivas e recíprocas relações verificadas até aqui entre a nossa entidade e o município”, previu Lessa, citando, inclusive a expressão “rompimento”.
Já Baptistela, atualmente um dos dirigentes mais influentes da Fecomércio no Estado e homem responsável pelas conquistas do Sesc e Senac para Camaquã, criticou também a falta de diálogo entre governo e empresários. “Podemos afirmar com convicção que numa escala máxima de 100%, nosso índice de diálogo, hoje, está bem aquém dos 50%”, reclamou Baptistela, para quem a extinção da SMDE comprova isso.
O presidente do Sindilojas, Jorge Schaidhauer também fez um apelo para que Molon reconsidere a medida, indagando a Molon: “Imagine o senhor se os agricultores perdessem sua secretaria, como eles reagiriam?”
Prefeito diz que vai analisar situação
Molon reiterou os mesmos argumentos, dizendo que a decisão visa a racionalização e desburocratização do setor. O discurso, no entanto, apresentou novidades. Molon pediu aos empresários três meses para que comecem a aparecer resultados. “Se não melhorar, não tem problema, terei humildade de reconhecer o erro e volto atrás”, prometeu o prefeito. No encaminhamento do fim da reunião, porém, Ernesto Molon sinalizou que a reconsideração possa se dar antes mesmo de a nova equipe assumir. “Vamos ver, vou analisar neste fim-de-semana a situação e refletir sobre o que aqui foi falado”, antecipou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leg