Por Nelson Egon Geiger/
Advogado
Luís, que acabou pegando o
apelido de HONESTÃO durante o carnaval que foi realizado em seu Clube, do qual
fora Presidente por dois mandatos, foi mencionado no artigo anterior. Quando
contei que fora Presidente do Clube de sua cidade e após elegeu uma apadrinhada
para o cargo. Depois os integrantes da chapa de oposição começaram a questionar
perante o Conselho Fiscal benesses que Luís obtivera durante sua gestão, obtidas
dos construtores que fizeram obras no Clube.
Sempre
que questionado Luís negava: “não sei de
nada”; “não é meu, é de amigos”; “sou o cara mais honesto que já existiu”.
Mas o Conselho Fiscal começou a apurar que as contas do Clube não estavam
fechando. O Clube, que antes era sólido e superavitário, admirado por todos os
concorrentes do mesmo e de outros da cidade, culminou em ficar em estado
deficitário após os mandatos de Luís e de sua substituta.
Exames
do Conselho Fiscal na papelada da tesouraria do Clube constataram diversas
irregularidades. O pessoal da oposição, que tinha elaborado uma chapa para
concorrer na última assembléia de eleição continuava informando de fatos que
apontavam para uma mafiosa gestão do Luís. Exatamente os mesmos empreiteiros
que fizeram reformas no Clube, também tinham feito obras na chácara do Luís. E
até no apartamento que ele estava montando na praia. Apesar de que Luís negava
a compra do imóvel praiano e da chácara. Esta dizia que não era sua. Sim de
amigos.
O
assunto rumou para inquérito policial. É que o pessoal da oposição pressionava
o Conselho Fiscal que culminou em exigir explicações de Luís. Mas este insistia
que “não tinha nada com isso”. E que
a chácara era de um amigo. Que somente ia lá para descansar. Entretanto o
Conselho Fiscal descobriu que a chácara também pertencia a um filho do Luís.
Como, se o rapaz era muito pobre e agora compra chácara de luxo perguntavam?
Cada
vez Luís se enredava mais com as investigações dos membros do Conselho e com as
denúncias do pessoal contrário. Aí, então, a nova Presidente do Clube, afilhada
do Luís, acolheu a idéia dos amigos comuns. “Quem
sabe tu nomeias o Luís para um cargo na Diretoria”. “Assim fica mais difícil
para os conselheiros investigarem as contas passadas”. “Afinal ele ficará com
estado de Diretor”. E começaram a estudar a idéia. “Temos que fazer um Diretor pedir demissão do cargo e então se terá de
nomear um substituto”. “Aí eu nomeio o Luís”, dizia a nova Presidente.
Apesar
de nos bailes de carnaval do Clube, associados que reclamavam da famigerada
administração do Luís, como foliões até fizeram fantasias com o nome de
HONESTÃO, a indicação dele para um cargo era uma forma de desviar as
insistentes investigações do Conselho Fiscal. E Luís começou a aceitar a idéia,
para poder fazer novas peripécias.
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