quinta-feira, 10 de julho de 2014

O SONHO ACABOU

                                                       Por Nelson Egon Geiger/Advogado

Memorável a frase do grande John Lennon. Aplica-se para nós, brasileiros, quanto ao HEXA neste ano e em nosso território. A ZH de quarta-feira, diz que foi “a pior derrota em cem anos”. Fico nos 84 anos que existe a disputa oficializada internacional, sob controle da FIFA. Quando Lennon falou no sonho findo, exatamente, a Inglaterra dele vencia o campeonato de 1966. E dentro do auge dos “Beatles”, o Brasil conseguia o tri, em 1970. 

            Nas três primeiras disputas, 1930, 34 e 38, os países eram convidados. Não existia eliminação anterior. Posteriormente, a partir de 1950, passados os doze anos de interrupção pela II Grande Guerra, já a escolha era com suporte no retrospecto. E exatamente naquela que reiniciou os campeonatos quadrienais, 1950, realizada no Brasil, nossa seleção chegou até a final. Perdemos na última partida pela diferença de apenas um golo. Foi grande a decepção brasileira em pleno Maracanã, construído para os jogos da Copa e, então o maior estádio do mundo. Mas esporte é esporte. A derrota poderia acontecer. E acabou o Uruguai nos vencendo. Mas, sem vexame.

            Em outras perdemos até antes da quartas de final. Mas nunca, nunca, por um escore tão vergonhoso. Efetivamente foi o vexame nacional em futebol. Certo que a seleção alemã é forte. Veio preparada para ir longe. Mas nossa performance no tipo de certame, muito maior do que a deles, não deixava prever que pudesse acontecer um desastre.

              Agora pessoalmente prefiro a Holanda. Primeiro para que a Alemanha não fique no nosso encalço com quatro estrelas. Segundo porque não consigo engolir a Argentina chegando até a final e vencendo uma competição dentro de nosso território. Seria mais desastroso que a derrota para a Alemanha. Pensar que o “cheirador” e vaidoso Maradona ache que ele (somente ele pensa isso, em nenhum outro lugar do Mundo alguém o coloca no pedestal que ele pretende) é melhor que Pelé. E que o Messi está no mesmo caminho. Seria insuportável agüentar os “hernanos” se achando. Pelo menos a Holanda nunca foi campeã Mundial e ficará como a Inglaterra: apenas uma vitória da espécie.


            Pois é, estamos pagando o preço da “fanfarronice”. Insistir com a FIFA para sediar aqui a copa deste ano, com vivível interesse de aumentar a popularidade, não deu certo. A fórmula: “cumpanheirada, tenho uma boa para manter o povão do nosso lado: fazer uma copa no Brasil e ganhar o hexa”, não deu certo. O que foi prometido para atender ao primoroso “padrão FIFA” culminou em não ser cumprido. Faltaram transportes. Obras, até de estádios, foram terminadas a destempo. Aeroportos não tiveram as modificações exigidas pelo organismo internacional. Houve insatisfação de parte da população em um primeiro momento, com manifestações na rua. O “meu curíntia” ganhou um estádio com o dinheiro público. Mas os brasileiros, com sua índole cortês e espírito colaborativo culminaram em deixar uma imagem de povo amigo e hospitaleiro. Não precisavam ver o sonho acabar dessa forma vexatória. Fosse noutro Continente, a derrota até podia ser assimilada. Passaria mais despercebida. Mas aqui foi humilhante ver o sonho acabar dessa forma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leg