sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

OS CAMARÕES, O WHISKY E A ÉTICA

 Por Nelson Egon Geiger 
   
Tem sido assunto na imprensa o “caos” administrativo que se instaurou no Maranhão, sob égide do Governo de Roseana Sarney, filha do todo poderoso ex Presidente da República e Senador José Sarney. Infelizmente ambos integrantes do meu Partido. Em nível da seriedade política dos gaúchos, aqueles são da “ala podre” do PMDB. Que se vinculam ao PT; influem no Vice Michel Temmer; aliados do Senador Renan Calheiros que viaja em aviões oficiais da FAB para implantar cabelos, enquanto preside o Senado; e do outro Senador do mesmo time, Jader Barbalho.

            O caos maranhense vai da guerrilha comandada por presidiários, falência do sistema carcerário daquele estado e preocupação com a alimentação de luxo do palácio governamental. Além de patrocinar o pior índice de analfabetismo de crianças no País.

            A descarada licitação para compra de lagostas, camarões, whisky e bebidas finas, para abastecer as residências oficiais daquele Estado, que ultrapassa um milhão de reais vem ocupando manchetes desde a semana anterior. A OAB protocolou um pedido de “impeachment” da Governadora.

            É o mal quando alguns políticos usam de todos os meios, inclusive suspeitos, e passam a dominar o Partido, sufocando os que, atrelados à ética, não concordam com seus desmandos. Lá no Maranhão ou em qualquer parte.  

            Lá quem não comunga com o clã Sarney não tem acesso a cargo funcional de nomeação ou promoção. Ou partidário de opção. Os escolhidos são sempre apadrinhados da família de Roseana, seu pai, o irmão e a mãe, que mantêm todos os cargos existentes sob controle. Inclusive utilizando-se de expedientes ilegais, destinando troféus ou nomes de bens públicos para pessoas vivas. Existem rua e passeio público com o nome de José Sarney; e vila com o nome de seu filho, que é Deputado Federal.

            Como existe em Alagoas: ponte com o nome do ex Governador Divaldo Suruagy e elevada com o nome do Deputado Federal João Lyra. Do PMDB e do PTB, respectivamente. O que é vedado no art. 1º, da Lei 6.454, de 25.10.1977. No Rio Grande do Sul isso não acontece. E se alguém atribuir um nome de pessoa viva à bem público, com certeza o Ministério Público ingressa com uma Ação para cancelar a designação. Lá o MP silencia.

            Como dizia o grande Benjamin Franklin: “os capacitados que, por comodidade, deixam de interferir na vida pública, culminam em ser governado pelos incapazes”. Pois é, nossa omissão é culpada de muita coisa. Inclusive a minha. Por isso existem os Sarneys da vida. Agarrando-se nos cargos e quando os ocupam exigem outros para seus “cupinchas”. Têm políticos, inclusive Deputados, que nem respeitam os colegas. Deixam a ética de lado, aceitam qualquer promessa de votos de pretensas lideranças e atropelam, antiéticos, a zona eleitoral de outros colegas. Enfraquecendo a coerência e decência partidária em proveito próprio e daqueles que querem viver na sombra do poder. A qualquer preço. Mesmo desrespeitando companheiros.

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 Nelson Egon Geiger é advogado

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