quinta-feira, 3 de maio de 2012

Recrutamento da montadora chinesa começa em 60 dias

Em entrevista realizada na tarde desta quinta-feira com Guilherme Vaz, sócio da GBL, empresa parceira no investimento da chinesa Shiyan Yunlihong no Rio Grande do Sul, foi afirmado que nada mudou em relação ao projeto, que em breve começará a seleção de pessoal para trabalhar na empresa e que as obras devem começar tão logo sejam liberadas as devidas licenças de funcionamento.

Sobre a polêmica envolvendo o uso do nome Dongfeng, Vaz, que preferiu não gravar entrevista, disse que em nenhum momento nem seus sócios nem os donos da Yunlihong se apresentaram como sendo da Dongfeng – potência empresarial asiática dona de diversas outras marcas. “Vou te dizer uma coisa: em nenhum momento nos apresentamos como Dongfeng, sempre foi como quem de fato somos, ou seja, Yunlihong, comentou.


Abaixo, os principais trechos da entrevista:
Alex Soares - Qual relação tem a perda de Santa Maria com a polêmica gerada?
Guilherme Vaz - Olha, não quero acusar ninguém nem nada, mas o fato é que o prefeito de lá (Cezar Schirmer) sentiu muito a perda para Camaquã.

AS - Então houve retaliação?
GV - Não posso dizer isso, mas que as coisas negativas partiram de lá, não tenho dúvida. 

AS - O senhor acha que o fato de a Zero Hora ter sucursal em Santa Maria tem a ver com a polêmica gerada pelas matérias do jornal?
GV - Prefiro não responder isso, mas que ficou claro para que lado o veículo estava pendendo, ficou. 

AS - E por que vocês não foram mais enfáticos no pedido de correção do nome?
GV - Fomos, desde quando foi publicado o nome de Dongfeng na imprensa, o problema é que não fomos atendidos. 

AS - Por quê?
GV - Isso eu não sei, o que sei é que as negociações com as prefeituras, com o governo estadual e o protocolo assinado, tudo foi feito em nome de Yunlihong. 

AS - E porque se misturaram os nomes Donfeng e Yunlihong?
GV - A verdade é a seguinte: ambas as empresas são parceiras na China, inclusive com a Dongfeng sendo sua fornecedora de motores. Isto é até irrelevante, mas um dos sócios da Yunlihong trabalha para Dongfeng. Mas repito: ninguém usou o nome de Dongfeng. 

AS - E a manifestação na mesma Zero Hora do presidente da Aurium Trading & Investimento, que representa a Dongfeng no Brasil, que acusou vocês de ato fraudulento?
GV - Sem comentários, este senhor cometeu um equívoco. Depois da publicação sabemos que ele voltou atrás; acho que após entender o que de fato ocorreu. 

 AS - Que empresa é a que vai se instalar em Camaquã, afinal? Quantos empregados tem?
GV - É a Yunlihong, que fabrica caminhões especiais na cidade de Shiyan, a 2 horas de avião de Pequim. A fábrica tem 1.250 operários. 

AS - O que mudou após esta polêmica?
GV - Nada, nenhuma vírgula saiu nem entrou daquilo que combinamos. Vamos produzir dentro de um ano caminhões leves, pick-ups e jipes 4x4 na fábrica do Brasil, que será instalada em Camaquã. 

 AS - Quando vocês começam as obras da fábrica?
GV - Olha, estamos em parceria com a prefeitura de Camaquã trabalhando na liberação das licenças ambientais necessárias para começar a construir. Acredito que dentro de uns três meses. Isso não depende somente da gente. 

AS - E o pessoal para trabalhar quando começa a ser recrutado?
 GV - O do escritório em breve, em dois meses no máximo. 

AS- Quantos?
GV - Inicialmente, no escritório que funcionará no Centro, serão 25 profissionais. 

AS – Virá gente da Ásia?
GVSim, mas uns quatro ou cinco.

AS - E na construção do prédio da montadora, quantos operários serão chamados? GV - Serão 223 trabalhadores que começam a ser chamados assim que tiver tudo pronto para começar. AS - Qual a previsão de conclusão da obra?
GV - Entre dez e doze meses. 

AS - Por que Camaquã foi a cidade escolhida ao invés de Santa Maria?
GV - A decisão foi meramente técnica. Todas as combinações feitas para instalar e operar a fábrica em Santa Maria perdiam na questão do custo para Camaquã. Vejam o item transporte, por exemplo: era inviável trazer nosso material via ferroviária. O governo de Santa Maria até ficou de nos apresentar uma alternativa para compensar as dificuldades deste tipo de transporte, a qual também reduzisse esse custo. Mas isso nunca nos foi apresentado.

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