quinta-feira, 23 de junho de 2011

IRRESPONSABILIDADE OFICIAL

Editorial Gazeta Regional/quinta-feira, 23/06

Anunciado pelo governo estadual com a certeza de que em breve começariam suas obras, o novo presídio de Camaquã se constitui na nova fábula regional. Em outubro de 2010, o prefeito de Camaquã chegou a ir ao local, acompanhar as medições do terreno que receberia o projeto. De lá para cá, tudo andou, mas para trás.

Entre as eleições e a posse do novo governo, o projeto, assim como similares em outras seis cidades, foi abortado, sob a alegação de suspeita de irregularidades no processo de contratação das empresas que executariam as obras. O apontamento foi feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). No entanto, ao invés de uma solução que resolvesse o impasse, o estado optou pela paralisação total dos projetos.

Em Camaquã, antes da concretização do anúncio, houve grande mobilização que envolveu poder público, entidades de classe e a comunidade. O processo, longe de ser tranquilo, gerou celeumas e desgastes. A começar pela rejeição da maioria dos moradores do local que receberia a casa prisional – o Bairro Viegas.

Há também outras implicações, como por exemplo: oficialmente, a doação do terreno foi feita pela prefeitura, mas os recursos para sua compra partiram de um empresário da cidade. E isso foi feito com apenas um intuito: ajudar o município num setor complicado, que é o prisional - e consequentemente a da segurança.

Nesta semana, no entanto, depois de um preocupante silêncio do governo estadual, a Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários) confirmou aquilo que até já se suspeitava: o estado não vai mais construir presídio em Camaquã.

Desrespeito é o mínimo que se pode atribuir ao Estado em relação ao município neste caso. Independentemente da cor partidária, foi o Estado, através de seu representante máximo, que firmou o compromisso. Enquanto os cidadãos estiverem a mercê da instabilidade administrativa provocada por diferenças partidárias, os avanços sempre estarão sob risco.

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