terça-feira, 29 de junho de 2010

Perdas e ganhos

As principais forças políticas estaduais oficializaram suas chapas executivas e legislativas neste final de semana. Enquanto alguns partidos foram bem em seus movimentos, em outros, suas direções foram infelizes nas articulações de posicionamento para eleição de outubro. Abaixo, o balanço deste blog de quem ganha e quem perde até aqui.


PSDB
Assim como foi no governo, o período pré-campanha também teve muitas idas e vindas. Com os aliados de poder mais fortes se descolando sem se desligar dos cargos, e os médios barganhando pesado a continuação dos apoios, a sigla da governadora só teve mesmo uma parceria fiel: a do PP. No final, porém, saiu no lucro, com o PPS, que indicou o vice aderindo e com a possibilidade ainda de ter mais um ou dois partidos sem expressão na chapa.

A favor
Em prol da candidata Yeda Crusius pesa a imagem administrativa eficaz de seu governo, com o controle das contas e o atendimento de antigas reivindicações do Interior que se referem a obras estruturais. Pelos ataques sofridos pelos adversários ao longo do mandato acabou se tornando meio vítima do processo. Ao mesmo tempo que isso pode significar solidariedade, o status gera votos.

Contra
As passagens negativas do seu governo. As acusações a torto e a direito contra a governadora não conseguiram ser revertidas na totalidade. Faltaram respostas mais imediatas às denúncias, as quais se revelariam depois, meras armações. A carência de uma bancada mais fechada e de lideranças mais pensantes também prejudicam as aspirações de reeleição tucana.
O PSDB também se debate contra um índice baixo nas pesquisas, que mesmo tendo Yeda como terceira colocada, está bem abaixo dos demais. A esperança interna é que ocorra a mesma reversão de 2006. A questão, no entanto, é que agora Yeda Crusius não é mais novidade.

PMDB
A imagem sensata e competente de José Fogaça é o maior patrimônio do PMDB nesta eleição. Político sem manchas no currículo, Fogaça também possui uma profunda identificação com a região mais populosa do Estado: a Metropolitana. Já no Interior, além de sua abrangente organização partidária, terá a força do PDT, partido bastante presente em médias e pequenas cidades. A pesquisas têm lhe colocado ao lado de Tarso Genro (PT), como favorito.

A favor
Como uma das mais tradicionais e maiores bancadas da Assembleia e na Câmara dos Deputados, o PMDB tem nestes políticos cabos eleitorais fortes. A elogiada administração do seu candidato na Capital, com a solução de alguns problemas crônicos (como o dos camêlos do Centro), aliada ao relacionamento tranqüilo com as demais siglas parceiras fortalecem a imagem de Fogaça.

Contra
Há quem ache que isso pode ser positivo, mas a falta de uma unificação em torno de apenas uma candidatura presidencial acaba deixando a chapa peemedebista local meio sem referência ideológica – e isso não é muito aprovado pelos eleitores gaúchos. Enquanto os adversários terão os nomes de seus candidatos ao Planalto afixados em sua propaganda, o PMDB, em função do direcionamento nacional, do posicionamento de seus deputados no estado e da exigência do PDT, optou por uma postura de neutralidade.

PT
O partido chega à eleição estadual fortalecido no plano nacional depois de dois mandatos populares de seu maior líder Lula. Sua candidata à sucessão também está em ascendência. Nos pampas, porém, não consegue repetir esse bom momento. Por pouco o PT não entrou na eleição isolado. Por trás dos altos índices nas pesquisas podem estar mais do que a preferência por Tarso, a aprovação de Lula e a rejeição à Yeda.

A favor
O maior trunfo do PT é a atenção dada pelo governo federal ao estado. Saber explorar bem a infinidade de obras que beneficiaram o Rio Grande nestes últimos anos – e colar isso em Tarso – é o principal desafio do marketing de Tarso Genro. Também colabora para o PT a experiência de Tarso como ministro de duas pastas importantes do governo Lula.

Contra
Se o currículo recente de Tarso ajuda, sua química popular atrapalha. Ao contrário do lendário Olívio Dutra, Tarso sofre de carência de carisma . E isso não vale apenas para as ruas. Dentro do próprio PT, existe essa constatação. Além disso, do ponto de vista político, a imagem de excessivamente intelectualizado, pouco constrói para Tarso em votos. A única administração petista no RS também não deixou saudades.

PDT
O partido de Leonel Brizola e Alceu Collares entra para mais uma eleição disposto a reverter a curva descendente da sigla nos últimos anos. O partido, que até a década de 90 rivalizava força com o PMDB e PP, se grudou ao PT na virada do século e agora se alia ao PMDB. Assim, adota uma postura mais de centro. Tenta reeditar no estado a parceria que deu certo em Porto Alegre, onde hoje tem a prefeitura depois de uma acerto com os peemedebistas. Como foi o partido que mais cedo anunciou o vice, tem hoje na figura de Pompeo de Mattos o mais identificado dos candidatos a este cargo.

PTB
A improdutiva insistência do deputado estadual Luis Augusto Lara em ser candidato a governador fez o PTB dar um passo atrás. A sigla se expôs em demasia ao esperar os apoios que não vieram. Além disso, caiu em descrédito com suas bases, que viram seus lideres encolhidos e acomodados com sua eterna condição de partido satélite.

PSB
Ao tentar repetir o que fizeram Germano Rigotto e Yeda Crusius, o deputado federal Beto Albuquerque percebeu um pouco tarde o tamanho limitado de sua musculatura político-partidária. Em busca de uma tábua para salvar a ilusória candidatura, flertou com os dois extremos ideológicos gaúchos. Depois de ser recusado pelo conservador PP, decidiu se abraçar convenientemente ao PT. O até então firme PSB entra na eleição de 2010 com sua identidade ideológica arranhada.

PP
Sem dúvida foi o partido que mais saiu no prejuízo durante as articulações. O PP se contentou com muito menos do que a sua estrutura partidária merece. O partido de Jair Soares e Pratini de Moraes se embromou para indicar o vice de Yeda e perdeu tempo negociando cargos de segundo escalão com validade efêmera. O melhor que conseguiu sua direção nas negociações foi ganhar o apoio do PSDB à sua candidata ao Senado e uma coligação proporcional com os tucanos.

PPS
Originário de um braço do PMDB, o PPS é a estagnação em partido. Não diminui, mas o crescimento também é zero. Segue o mesmo caminho do PTB, de ser um eterno rebocado.

DEM
Se a “heróica” figura do vice Paulo Feijó fez o DEM ganhar vitrine e sonhar com saltos maiores no estado, também fez o partido se tornar a mais inconfiável das siglas no meio político. E isso também teve repercussão no atacado popular. Depois de subir na barca furada do PTB, conseguiu uma coligação proporcional com esse mesmo partido. Uma conquista à altura do que vem sendo a participação dos “De

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