quinta-feira, 12 de novembro de 2009

João Carlos faz balanço e projeta 2010 em palestra na Federasul

Foto: Vilmar da Rosa
O secretário da Agricultura, João Carlos Machado, foi o convidado da reunião semanal de diretorias da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). No encontro, que teve a participação dos vice-presidentes e diretores da entidade, o secretário centralizou sua palestra no atual cenário do agronegócio gaúcho e suas perspectivas para 2010.

Como exemplo do papel do setor primário, Machado destacou a participação agrícola nas exportações brasileiras. “Dos US$ 197,9 bilhões vendidos pelo Brasil ao Exterior em 2008, o agronegócio foi responsável por US$ 71,8 bi”, informou. Ele também mostrou os números referentes ao Estado, cuja participação do agronegócio na balança comercial é ainda maior, com 58% dos US$ 18 bi exportados em 2008. Nos últimos dez anos, o Estado pulou de US$ 3,8 bi para US$ 10,6 bi em vendas agropecuárias externas, tornado-se o segundo maior exportador agropecuário do País. Os complexos soja, carne e fumo correspondem a 70.9% das commodities exportadas.

A consolidação da posição e a ampliação de mercados, comentou o secretário, “passa necessariamente pela manutenção das estratégias adotadas pelo Estado – e priorizadas pelo atual governo – referentes à sanidade animal e vegetal, certificação, rastreabilidade, capacitação técnica e ampliação da irrigação nas lavouras”.

“Nosso governo tem a consciência de que a esmagadora maioria dos pequenos e médios municípios tem sua economia baseada no campo. Além disso, incentivar a permanência do homem no campo é nosso dever como gestores”, observou Machado, ao apresentar os projetos de “Modernização da Defesa Agropecuária” e o de “Certificação e Rastreabilidade de Produtos Agropecuários”, integrantes do Programa Estruturante Terra Grande do Sul, do governo estadual.

Os riscos embutidos na possibilidade de vigência da Reserva Legal, o câmbio desfavorável, o endividamento de parte considerável dos agricultores e as cadeias logísticas desagregadas se constituem, hoje, na opinião do secretário, os maiores obstáculos do campo. Já entre as metas a serem atingidas, estão a ocupação de novos mercados mundiais, o estabelecimento definitivo de políticas de preço, o fomento a novas tecnologias e a consolidação do associativismo.

Para o ano agrícola estadual de 2010, o secretário destacou a perspectiva de nova safra recorde de grãos, a expansão da lavoura da cana-de-açúcar e a ampliação das indústrias de lácteos, suínos e aves. Ao encerrar sua participação na reunião da Federasul, João Carlos Machado apresentou as projeções de crescimento do agronegócio, segundo números do Ministério da Agricultura combinados com os de outras instituições. Os dados, que levam em consideração os próximos dez anos, revelam um aumento de 28.7% (chegando a 40 milhões de toneladas) na produção de grãos no País, enquanto a produção de carnes crescerá 51% (12,6 milhões de ton.) Já a indústria leiteira terá um incremento de 34,6% (9 bilhões de litros) e o etanol chegará a 173%, atingindo a marca dos 37 bilhões de litros produzidos.

Um comentário:

  1. Golpe de Mestre!



    Raciocine comigo o leitor. Sem nos apercebermos, a governadora Yeda Crusius está lançando neste instante uma revolução salarial nos ganhos do funcionalismo público estadual do Poder Executivo.

    É uma bomba arrasa-quarteirão. A ponta do iceberg dos projetos que a governadora está mandando para a Assembleia é a concessão de salário mínimo para os professores da ordem de R$ 1.500, e de R$ 1.200 para as praças da Brigada Militar.



    Notícias que me chegam do Interior dizem que uma verdadeira euforia tomou conta das professoras, que nunca tinham tido um reajuste de tal proporção em seus salários.

    Há professoras que serão aumentadas em 100% ou mais em seus ganhos. Milhares serão ainda aumentadas em torno de 50%, o que é algo inacreditável para uma classe que não vê reajustes substanciais em seus salários há décadas.



    O mesmo ou quase o mesmo com os brigadianos.



    Eu não sei se os leitores estão notando a repercussão político-eleitoral dessa medida. É alguma coisa quase surreal.

    Ora, se a governadora assistiu sempre à magistratura, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas reajustarem os vencimentos dos seus integrantes anualmente, sem nenhuma falta, o que aliás é justo, porque a Constituição Federal manda, impera, ordena que sejam os vencimentos de todo o funcionalismo público reajustados, no mínimo pelo índice de inflação ? ela deve ter raciocinado assim: se podem os outros poderes aumentar os seus integrantes, anualmente, sempre, sem se importarem com a repercussão orçamentária desses reajustes, então é também justo que os servidores do Poder Executivo sejam aumentados, eles que vivem à míngua há decênios.



    Só que o Estado deve ter alguma coisa em torno de 250 mil funcionários, entre ativos e inativos, se mutiplicarmos isso por mais três familiares, temos aí 1 milhão de gaúchos, 250 mil mais 750 mil, beneficiados pela nova e revolucionária política salarial da governadora.

    Só aí temos mais de 1 milhão e meio de gaúchos potencialmente inclinados a votar na reeleição de Yeda, contando os parentes mais distantes dos funcionários.

    Porque, depois de pagar a Lei Britto, a governadora aumentou os vencimentos dos técnicos-científicos, dos delegados de polícia, vai aumentar os soldos da Brigada Militar e fatalmente terá de guaribar os salários do quadro geral.

    Nunca houve algo igual no Estado. Eu fui funcionário público e sei quanto isso influi e de que maneira no espírito dos servidores. A governadora vai virar ídolo para eles.



    O que eu quero dizer é que os mais preparados analistas políticos estão desconhecendo que esses atos da governadora mudaram radicalmente o quadro sucessório no Piratini, sabem os mais antigos cronistas políticos que quem sempre comandou as eleições gaúchas foram os funcionários públicos.

    E, repito, sem que ninguém perceba, a governadora Yeda Crusius, além do mérito dos seus projetos de reajustes providenciais ao funcionalismo, está desfechando uma cartada de mestre, um golpe eleitoral magnífico como eu nem ninguém nunca tínhamos visto.

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