terça-feira, 23 de junho de 2009

Cana-de-açúcar começa a ser viabilizada no Estado

A cana-de-açúcar como alternativa de energia e de renda. O produto, já incorporado à rotina dos estados do Sudeste e do Nordeste, pode também começar a fazer história no Rio Grande do Sul.

Nesta segunda-feira, a implantação da cultura na agricultura o seu uso como combustível foi tratado no Palácio Piratini. Ao final da reunião, que teve a presença de secretários estaduais e de prefeitos, a governadora Yeda Crusius anunciou a criação de um grupo de trabalho para viabilizar o cultivo e a industrialização do produto em território gaúcho. Um dos objetivos será encontrar condições de oferecer uma política de incentivos fiscais a ser adotada pelo Estado em conjunto com os municípios.

Defensor da expansão da cana no Estado e presente no encontro, o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP), já faz planos para primeira unidade de produção de etanol e de bioeletricidade no RS. Seria em São Luiz Gonzaga, onde a empresa Narobios já teria programado investimentos de R$ 268 milhões para produção de 104 milhões de litros de álcool por ano. "A autorização para o cultivo estimulará novos investimentos na criação de pequenas e microusinas e destilarias", diz o parlamentar, que ajudou a fazer o zoneamento dos municípios com potencial de investimentos.

Ao todo, são 212 os municípios gaúchos incluídos no zoneamento agroclimático para a cana-de-açúcar, do Ministério da Agricultura. Atualmente, o Estado cultiva 35 mil hectares de cana-de-açúcar. Destes, apenas 2,5 mil hectares são dedicados à produção dos 8 milhões de litros de etanol ao ano - O volume é inferior a 1% da demanda do Estado no mesmo período, já que em 2008, o RS consumiu 800 milhões de litros de etanol. De acordo com secretário estadual de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai), Márcio Biolchi, a partir do primeiro trimestre de 2011, a operação comercial da planta industrial de Eteno Verde da Braskem, no Pólo Petroquímico de Triunfo, exigirá mais 600 milhões de litros/ano.

Outra grande vantagem será o preço menor do álcool nas bombas. De acordo com o secretário estadual da Agricultura, João Carlos Machado, que recentemente em viagem a São Paulo, comparou os valores praticados nos dois estados, a tendência natural será a queda dos preços aqui. Em solo paulista o álcool chega ser comercializado pela metade do preço do gaúcho. Em algumas cidades, o combustível é vendido a até R$ 2,00 no RS.

Uma das mais entusiasmadas no encontro era Yeda Crusius: "Depois de quatro anos de trabalho contínuo para que o Rio Grande do Sul conquistasse o zoneamento, daremos início à segunda etapa, que é viabilizar uma grande transformação para o nosso Estado", disse. (Foto:Itmar Aguiar)

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