Padilha e Otávio Germano: de novo

O seu nome era o mais cotado para assumir a candidatura do PMDB ao governo estadual em 2010. Era, há dois anos. De político articulado, bem relacionado e eficaz, o deputado federal Eliseu Padilha se transformou num fantasma vivo do seu partido e da política gaúcha. Essa semana, outra paulada, com a Revista Isto É trazendo ampla matéria que acusa negociatas entre Padilha e empreiteiros gaúchos. A reportagem da revista teve acesso a um processo que corre em segredo de justiça no Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações, começadas pela Polícia Federal (PF) apontam aquilo que já era conhecido – fraude em merendas escolares – e acrescenta o crime de tráfico de influência. Num dos relatórios da PF e do Ministério Público Federal (MPF) consta um depósito de R$ 267 mil feito pela MAC Engenharia na conta da empresa Fonte Consultoria Empresarial, que tem como sócios o deputado e sua esposa. Segundo o mesmo relatório, obras importantes (como trechos da duplicação da BR-101) teriam sido ganhas pela MAC ou por empresas de fachada ligadas a ela, neste período.

A fonte primária de informações privilegiadas seria o secretário nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Leodegard da Cunha Tiscoski. Ele é ex-deputado federal por Santa Catarina. Leodegard seria o contato no governo federal de Padilha e do colega de Câmara José Otávio Germano (PP), também defensor dos interesses da MAC.

Germano também era outro nome em ascensão no cenário estadual. Chegou a ser vice-governador de Antônio Britto, do PMDB, entre 1994-1998. O pepista também foi citado no processo de desvio de recursos de merenda escolar de Canoas, e também no processo da fraude do Detran.

Em seu contraponto, na mesma matéria, Padilha diz que os R$ 267 mil são referentes a um trabalho de consultoria feito á Magna Engenharia, e não à MAC. Já outros R$ 100 mil citados numa escuta entre ele e Marco Camino, diretor da MAC, é de uma parcela de uma casa vendida por Padilha.