quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sim, uma Grande Conquista

A tão esperada Licença Prévia (LP) do projeto de Irrigação da Costa Doce sairá em vinte dias. Isto ficou claro, ontem à noite, durante a Audiência Pública da Fepam, em Arambaré. Momentos como este devem ser saudados porque escancaram a capacidade que tem o setor público (quando quer) de empurrar a máquina.

Com as engrenagens sincronizadas, se chega ao destino. Estas peças, no caso, são as três instâncias executivas públicas. O federal, que paga, o estadual, que tem poder de veto e o municipal, que executa. Assim, um investimento inédito para os padrões da nossa pequena Arambaré está se consolidando. E vai gerar renda, e vai fabricar empregos.

Antes, porém, que paternidades comecem a pipocar, é sensato que fiquem registrados alguns sobrenomes. Na gênese deste projeto de R$ 65 milhões estão duas instituições regionais: o deputado Mendes Ribeiro Filho e a AUD. O primeiro por ter embarcado na viagem de uma transposição, em plena época de paganismo lulista à beira do Rio São Francisco. Sim, este projeto de irrigação de Arambaré - reservadas às proporções – é uma transposição de águas de um patrimônio não menos sagrado. E isso é ousado. Estivéssemos no foco das superstições e crendices, talvez a idéia não vingasse. Talvez! Mas Mendes, que por essas e outras à cada quadriênio aumenta seus hectares de votos nos banhadais que margeiam a laguna, abraçou a causa e brigou por ela na arena das decisões.

Paralelamente, com a AUD e seu intocável prestígio em Brasília, o projeto ganhou um layout imprescindível: o da credibilidade. E isso, ouvi do próprio Ramon Rodrigues, técnico e cacique de um das principais casas da Esplanada – o Ministério da Integração Nacional. Rodrigues e sua equipe também foram centroavantes decisivos. E quando se fala em AUD, dois nomes devem ser ditos em tom solene: Almiro Bridi e Antônio Longaray.

Entra a fase do Estado, da outrora traumatizante Fepam. E que grata surpresa a disponibilidade de um homem aparentemente burocrático, mas de uma sensibilidade fora do comum. Trazido pelo nativo João Carlos Machado, o ex e agora adjunto secretário estadual do Meio Ambiente, Francisco Simões Pires cumpriu na cabeça da letra o prometido. A licença será dada no tempo exato.

E por fim, a figura de Alaor Pastoriza. Prefeito eleito pela terceira vez em Arambaré, Alaor é meio rebelde à vezes, meio caudilho noutras. Mas se gruda no seu torrão com um ardor de bárbaro medieval. É um guerreiro esse Alaor. Não é fácil fazer política em aldeias pequenas. A linha que separa o ódio do amor é exageradamente estreita. Quando uma idéia dessas é concebida não faltam caras feias e condenações prévias. Mas as justificativas reais passam longe do zelo pela capivara.

Falo isso porque um feito deste porte, que vai ajudar uma geografia tão carente deste tipo de carícia, deve ser bem comemorada. Na audiência pública de quarta, um técnico de gabinete da Fepam disse por duas vezes que “este é mais um projeto da Fepam”. Para a Fepam pode ser, mas para nós é uma superlativa vitória.

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