quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O PT dá mais uma “mãozinha”, mas como Região, somos um fracasso


Se depender do PT estadual e do governo federal, a BR-116 Camaquã-Guaiba ficará do mesmo jeito que está. Ontem, o ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes, disse que não irá autorizar a prorrogação dos contratos das rodovias federais hoje tuteladas pelo Estado. A decisão está “respaldada tecnicamente” por um parecer da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Mas a posição é política e tem tudo a ver com a pressão feita pelo PT gaúcho. Não é difícil constatar essa face, já que a posição do ministério já havia sido antecipada. Sem qualquer relatório em mãos, o deputado Henrique Fontana (PT), líder do governo na Câmara Federal, tinha cantado a pedra.
O projeto que está tramitando na Assembléia Legislativa pode ter seus resultados questionados pelos municípios dos demais pólos de pedágio. O mesmo, porém, não pode se dizer da Região de Camaquã. E ele se constitui na grande chance dos últimos anos de trafegarmos por uma estrada maior, com mais agilidade e menores chances de acidente.
Nas negociações iniciais entre Piratini e as concessionárias, a BR-116 Sul, assim como os demais trechos, seria explorada pela iniciativa privada até 2029, em troca da obra de duplicação da rodovia até Camaquã. Em Tapes, haveria uma praça de pedágio. Num segundo momento das negociações, ficou decidido que não seriam instaladas cancelas em Tapes, mas também a duplicação não viria até Camaquã, mas sim até a esquina de Tapes. Foi então que o governo estadual se comprometeu em completar a obra. A posição, inclusive foi reiterada pelo secretário de Infra-Estrutura e Logística do Estado, Daniel Andrade, há uma semanam, na Federasul.
Mais uma vez a Região Sul paga o pato pelas diferenças ideológico-político-partidárias vigentes no Estado. Ora, é óbvio que ligado a essa polêmica existe um apêndice ainda oculto à massa, que atende pelo nome de sucessão do governo estadual. Com a modernização da malha rodoviária estadual (ou pelo menos o início dela), Yeda lucra, ficando melhor na foto para o pleito de 2010. O PT, claro, não quer isso. Tarso Genro, ministro da Justiça e influente nome do Planalto, é pré-candidato.
A única coisa que o PT não fez até agora foi apontar a solução. No nosso caso, sem a prorrogação dos contratos, será que o governo federal irá fazer a obra da rodovia que nos leva e nos traz à Capital? Quando e como? Também falta dizer quem irá pagar a conta em caso de quebra dos atuais contratos, como o sugerido pelo ministro, no documento enviado à governadora.
O PT repete uma postura nociva à região dez anos depois de ter feito de tudo para eliminar outro sonho. A Ford já está esquecida, mas dói só de pensar no que ela estaria contribuindo hoje.
É bom que se diga também que o PT não é o único culpado pelo nosso atraso. É impressionante como o nosso poder de mobilização como região é frágil. Aliás, ele não existe. Até aqui não se teve notícia de nenhuma comissão de líderes empresariais, prefeitos ou vereadores, pressionando deputados para que seja confirmada a duplicação da BR. Sequer debate interno existe e pouco se ouve falar. É triste ter que admitir, mas politicamente como Região, somos um fracasso.

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