sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A MORTE DO CANDIDATO

Por Nelson Egon Geiger 
Advogado
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A trágica e prematura morte do candidato do PSB à Presidência da República, EDUARDO CAMPOS “embolou” a eleição. Embora CAMPOS, até então, figurasse nas pesquisas realizadas enquanto candidato em terceiro lugar na preferência do eleitorado, vinha com um crescimento normal na candidatura. Em verdade poderia incomodar após abertura do horário político na televisão e no rádio.

            Especialmente naquela, em razão de sua ótima “performance” na telinha, como demonstrou tanto no primeiro debate entre os candidatos, como quando entrevistado no Jornal Nacional. Aliás, gostei muito quando CAMPOS perguntado se “iria acabar com a bolsa família” respondeu: “Não, não vou acabar com a bolsa família; vou acabar com a corrupção, com a roubalheira; com a má gestão pública”. Dali em diante passou a ser meu candidato.

            Dessa forma, era bem possível que crescesse mais na disputa a ponto de garantir um segundo turno e uma melhor posição no resultado. Bem, mas aí veio a tragédia. A queda do avião em que viajava, resultando em sua morte. Daí em diante haveria, por certo, e os números estão mostrando, o voto sentimental.

            Esse tipo de voto é perigoso. Quando o eleitorado tomado de sentimentalismo por alguma situação, e a morte é uma delas sem dúvidas, especialmente quando prematura e não esperada, tal momento pode levar o eleitorado para a disposição sentimental.

            A primeira pesquisa que se seguiu à tragédia que ceifou a participação direta de Campos na eleição está apontando para um resultado diferente daquele que seria no andamento normal do pleito. O que vai acontecer não se sabe. É imprevisível. Quem substituirá EDUARDO CAMPOS, provável que sua Vice, a qual já foi candidata na eleição anterior e tirou o terceiro lugar com quase vinte milhões de votos. Não se tem idéia no que vai dar agora.

            Quando da lavratura deste artigo ainda não havia sido escolhida a nova chapa do PSB. O que significa que pode haver modificação. Mas uma coisa é certa o voto emocional vai influenciar. Muito ou pouco não se sabe. O saudosismo nessas circunstâncias sempre deixa marcas. Um ano após o suicídio de Getúlio Vargas, ocorrido em 1954, o sentimento popular garantiu a eleição de Juscelino Kubscheck e João Goulart, quando parecia invencível o Brigadeiro Eduardo Gomes. .

            Bem, com a morte de CAMPOS fiquei sem candidato. Preciso ver o rumo que toma a eleição para fazer nova escolha. Por certo dentro dos interesses de meu Partido em nível de Rio Grande do Sul, porquanto no âmbito nacional o Partido está sem timoneiro. O “grupelho” que o domina: Sarney, Calheiros, Barbalho e outros expoentes que não são muito preocupados com a ética não me servem. Logo as idéias deles também não me servem.


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