Por Nelson Egon Geiger
Advogado
Desde
que a Administração Lula, ainda no exercício do cargo, insistiu junto à FIFA
para sediar a Copa do Mundo de 2014, passaram-se alguns anos. Parece que foi
ontem. No início ninguém se preocupou com a organização, com custos e com as
eventuais revezes. Afinal, ainda estava tão longe o sonho de sediar uma
competição da espécie no Brasil, passadas mais de seis décadas daquela
lamentável derrota, em pleno Maracanã, na partida final. Verdade que os “hermanos” uruguaios são de raça forte.
Descendentes de espanhóis. Mas, quem tinha medo deles? Especialmente tendo no
time um jogador como DIDI. Todavia, perdemos. O maior sonho brasileiro foi por
água abaixo. Literalmente, pelos rios de lágrimas choradas na época.
Assim
o Uruguai foi o primeiro campeão da “Julius
Rimet”, na primeira disputa internacional em 1930. Depois de duas Copas
vencidas pela Itália – 1934 e 1938 – houve uma interrupção de 12 anos, face a
Segunda Guerra Mundial. Em 1950 reiniciou tudo. Quem pensaria que 20 anos
depois o Uruguai ainda teria raça para vencer? Mas ganhou. Assim, tivemos que
esperar, ainda, pela vitória alemã de 1954 para, para com o maior time que o
Brasil já teve até hoje, vencer a Suécia na última partida, em seu País, em
1958. Revidamos, então, o que aqui acontecera em 1950.
Daí
em diante se sabe: passamos a ser o País do futebol. Bi campeão em 1962, uma
trégua em 1966 e o tricampeonato veio em 1970. Como lembrei no artigo anterior,
naquela época eram “setenta milhões em
ação; salve a seleção”. Agora somos 190 milhões. Mas, diferente de todas as
outras cinco vezes, nesta Copa existem manifestações contrárias. Antagonismo às
anteriores, quando todo o mundo era a favor. E o Brasil sonhava, outra vez, sediar.
Explicações
existem. São interpretações do “desencanto
nacional” com tudo que já prometeram no País. Saúde para todos, mas não
tem. Casa para todos, mas não conseguiram. Terra para todos, o que continua na
espera. Emprego e educação para todos. Tudo incompleto. Segurança não existe. A
saúde está precária. Os empregos faltando. Reforma agrária emperrada. E, aliás,
os assentamentos efetuados deram em nada que preste. A educação, em tese, é uma
das únicas boas coisas que se tem à disposição. O que precisa melhorar é o salário
dos professores. Estes continuam esquecidos.
Bem,
mas o apito foi dado. Por alguns dias seremos a atenção do Mundo inteiro. Na
mídia internacional 24 horas por dia. É preciso que se mostre aos estrangeiros
que, a despeito de “mensalões, CPI da Petrobrás”,
e outros problemas de corrupção governamental, além de obras inacabadas e
muitas promessas à FIFA que nem saíram do papel, como linhas especiais de
transportes, nosso País tem povo estruturado para receber os estrangeiros. E
garra para derrotá-los no gramado.
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