quarta-feira, 22 de maio de 2013

O guri que vai testar o Google Glass


ESTUDANTE DE BIOMEDICINA É UM DOS 8 MIL SELECIONADOS NO MUNDO PARA ADQUIRIR OS PRIMEIROS EXEMPLARES


O camaquense Lucas Sperb, 18 anos, pode se dizer um dos nerds mais felizes do mundo. Em julho, o guri vai para Nova York testar o Google Glass, um dos produtos mais esperados dos últimos tempos no mundo da tecnologia. Aplicado desde cedo, Lucas saiu da casa dos pais em 2009, para estudar e morar na Escola Sesi de Ensino Médio, no Rio de Janeiro. Também era uma seleção disputada: apenas 160 são escolhidos entre quase 10 mil candidatos inscritos por ano.

De volta ao Estado, passou um semestre na Unipampa cursando Jornalismo, que trocou pela Biomedicina na Feevale, de Novo Hamburgo. Foi no Vale do Sinos que, sentado nos jardins com internet Wi-Fi da universidade, no final do mês passado, viu pela primeira vez o e-mail da Google chamando-o para ser uma das primeiras pessoas no mundo a ter acesso ao projeto Google Glass.

– Eu fiquei com um pé atrás na hora. Não sabia se tinha sido selecionado mesmo. Só falei para o meu pai, nem meus amigos mais próximos sabiam– conta Lucas.

O estudante foi um dos 8 mil escolhidos pela companhia americana entre centenas de milhares de inscritos para ter em primeira mão o óculos futurista (veja na página 2) de US$ 1,5 mil. Para estar entre os primeiros que verão o mundo pelo Glass, o gaúcho de Camaquã desenvolveu o aplicativo Smart Tab para Android. Por meio do programa, o futuro usuário do Google Glass vai enxergar tanto a letra da música escolhida quanto as notas que devem ser tocadas em algum instrumento – esquema semelhante ao usado no popular jogo de videogame Guitar Hero. Lucas pensou na ideia no último dia de prazo para as inscrições do projeto If I Had Glass, em 31 de março.

O sonho virou realidade

Filho de uma auxiliar de serviços gerais em uma escola de Camaquã, Lucas sabia que a maior dificuldade para adquirir o equipamento e viajar aos Estados Unidos seria a conta a pagar. No entanto, com a visibilidade proporcionada por ser um dos poucos brasileiros a ter a chance de estrear a tecnologia que promete revolucionar a comunicação nos próximos anos, a Feevale e o Santander Universidades bancaram o sonho.

A universidade entrará com R$ 3 mil, enquanto o braço educacional do grupo Santander vai bancar outros R$ 2 mil. A quantia será suficiente para o estudante pagar a viagem para Nova York, ficar hospedado por cinco dias, pagar o Google Glass e ainda participar dos cursos de aprendizado do equipamento.

– Foi ótimo quando recebi a notícia. Será um sonho viajar para os Estados Unidos e ainda estar em uma das sedes da Google. – comemora Lucas, que viaja em julho.

Agora, o futuro biomédico está concentrado em conseguir verba e conquistar parceiros para lançar o aplicativo no mercado em breve. Pelos seus cálculos, a estimativa de gasto é de R$ 40 mil, o que envolve a contratação de um programador, aluguel de sala comercial por um ano, despesas extras e divulgação.

JOÃO VITOR NOVOA

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