sexta-feira, 24 de maio de 2013

“Não cometi crime algum”



Entrevista com Cláudio Lesnik, prefeito de Dom Feliciano

Uma semana depois de ter seu registro eleitoral impugnado e o seu mandato cassado pela Justiça da 12ª Zona Eleitoral, o prefeito de Dom Feliciano, Cláudio Lesnik (PSDB) fez um desabafo em entrevista a este jornalista.
Eleito em outubro de 2012, com 51, 3% dos votos, o tucano foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que entendeu que ele levara vantagem política com a repercussão de  uma série de audiências públicas promovida pela Câmara de Vereadores no período eleitoral. Isso teria desgastado o seu principal adversário: o então prefeito Clênio Boeira (PT -45,4% dos votos). A visão foi compartilhada a acatada pela Justiça, que optou pela sua cassação. Uma liminar, entretanto, garantiu a permanência do prefeito eleito no cargo, até que se esgotem os recursos.
Nesta entrevista, cujo áudio foi reproduzido pela Rádio Camaquense, Lesnik diz que respeita a decisão, mas que irá até o fim para provar sua inocência.  



Blog- O que houve, prefeito?
Cláudio Lesnik – Tudo começou com o ex-prefeito Clênio  enviando um projeto polêmico para Câmara de Vereadores. Encaminhado por ele e avalizado pelo MDA. Por que polêmico? Porque era de arrepiar mesmo. Quem lesse sua justificativa (que tinha em seu bojo a troca do fumo por outras culturas), condenando fumo, não passaria mais nem perto duma lavoura. 
Bom, ai os vereadores, de acordo com a lei, promoveram a discussão desta matéria com a realização de cinco audiências públicas com a comunidade. Ao ver o erro que tinha cometido, o prefeito retirou o projeto, mas já era tarde. Os vereadores continuaram discutindo.

Blog - Pois é, o MP Eleitoral diz que houve exploração política disso. O senhor fez algum tipo de articulação com os seus aliados?
CL- Nada, nada, nada. Para minha surpresa, ao final do ano passado, o Ministério Público denunciou três vereadores, eu e meu vice Ademar (Ademar Hugo –PMDB).  Mas o que me surpreende mesmo é o fato de o MP ter denunciado apenas três dos vereadores se os nove estavam lá. Outra coisa: entre os que que participaram ativamente de todos os debates esteve o vereador petista Márcio Rosiak. Este vereador aumentou sua votação e a ele nada aconteceu. O que pergunto é: afinal, qual é  o critério?  

Blog - Mas o senhor não acha que as discussões desgastaram o então prefeito?
CL - Olha, o que eu acho ou não é secundário nesse caso, só digo que cada um deve responder pelos seus atos. O fato é que a Justiça achou que eu e meu vice Ademar nos beneficiando com uma iniciativa que não foi nossa, tampouco sua repercussão. Respeitamos essa decisão, mas não concordamos de forma alguma. Agora, olhem só uma coisa: o prefeito tinha o poder na mão, a rádio (Comunitária) é deles (Lesnik se refere ao PT) e eu é que sou beneficiado. Um funcionário público como eu, com pouca estrutura, sem dinheiro para campanha, disputa uma eleição com o prefeito e toda a máquina pública trabalhando naturalmente ao seu favor, e é eu que tenho vantagem? Pelo amor de Deus, né!

Blog - Como o senhor se sente com isso?
CL- O que mais me entristece é que eu não cometi crime algum, nem leve nem grave. Nada. Sou um homem simples, mas antes de tudo, honesto. Mas o que sinto mesmo é pelo município. O povo fica em polvorosa depois de uma notícia dessas. O pessoal fica preocupado mesmo com o que vai acontecer. Minha cidade está triste e isso não é bom de se ver.

Blog - E agora?
CL - Agora é preparar nossa defesa e aguardar a decisão do recurso por parte do Tribunal Regional (Eleitoral). Creio que ai já seremos absolvidos, mas se precisar vamos até o fim para provar que somos inocentes.  Enquanto isso, vamos trabalhar por Dom Feliciano, que é o melhor que sei fazer. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leg